O estudante de 10 anos, Heitor Ortiz, mobilizou parte da família na última quarta-feira (27) para tentar salvar uma árvore que foi envenenada com óleo diesel, no bairro Vilas Boas, em Campo Grande. De acordo com a tia do garoto, ele ficou revoltado ao saber da situação do ângico, árvore típica do cerrado brasileiro.
“Ele ficou indignado com o que fizeram com a árvore. O Heitor chamou eu e a mãe dele e após pesquisarmos na internet, descobrimos que o detergente ajudaria a remover parte do óleo diesel”, explicou Ana Ribeiro, tia do menino.
Conforme Ana, o estudante sempre gostou da natureza e após lavarem parte do tronco com água e detergente, ele mesmo resolveu deixar um recado para os que passassem pelo o local: “Ele chegou a fazer alguns cartazes para dizer que aquela árvore estava em recuperação. Depois que lavamos parte dela [árvore], o cheiro diminuiu muito”, comemora.
Heitor conta que sempre gostou de animais e acredita que se cada um fizer sua parte, a natureza agradecerá: “As árvores precisam ser ajudadas. Elas também têm vida. A gente veio aqui para dar um banho de água neste ângico e tentar tirar esse óleo que jogaram nela. Qualquer parte da natureza é importante para nossa vida””, explicou ao G1.
Ana conta que fazia caminhada quando descobriu o produto não só na árvore, mas nas proximidades do solo do ângico. Ela afirma que desde ontem, o Heitor e a família já deram três banhos na parte do tronco para tentar salvá-la do envenenamento: “Jogaram o diesel bem na base [do tronco] para que atingisse as raízes.”, lamenta.
Investigação
O delegado da Decat [Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista e Repressão ao Meio Ambiente], Maércio Barbosa, disse que a atitude de jogar óleo diesel na árvore é crime ambiental. Ele ainda afirmou que policiais vão até o bairro para conversar com moradores e verificar se há imagens de câmera de segurança para tentar identificar o autor.
Conforme Barbosa, a punição para esse crime é de três meses a 1 ano de detenção e alerta para quem flagrar crimes dessa natureza, é importante que denuncie por meio do endereço eletrônico: decat@pc.ms.gov.br.
Conforme a Decat, nos último dois anos, 17 mil árvores foram destruídas por conta de vandalismo em Mato Grosso do Sul.