A técnica de enfermagem, de 31 anos, que sobreviveu ao atentado do guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos, prestou novo depoimento nessa segunda-feira (9). Agora as investigações do crime, que resultou na morte de duas pessoas, são “conclusivas” de acordo com a delegada Sueili Araújo, responsável pelas investigações.
“Não foi necessário a reprodução simulada neste caso. Os laudos, os testemunhos e o exame de local já deixaram clara a dinâmica dos fatos. A testemunha sobrevivente também foi ouvida novamente e as investigações são conclusivas. O inquérito deve ser relatado até a próxima sexta-feira (12)”, afirmou ao G1 a delegada.
Conforme Araújo, a vítima estava “muito abalada emocionalmente” no primeiro depoimento, que ocorreu na semana anterior. “Ela estava um pouco mais tranquila, principalmente após a prisão do autor. A testemunha nos esclareceu alguns pontos que não foram possíveis antes, principalmente pelo estado emocional e físico anteriormente debilitado”, ressaltou a delegada.
Durante meia hora, a testemunha relembrou os fatos e também foi encaminhada ao exame de corpo de delito no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol). “Ela está se recuperando aos poucos, recebendo acompanhamento psicológico para superar o trauma. Ao todo, seis pessoas já foram ouvidas e estamos aguardando pelo menos mais três no decorrer desta semana, incluindo dois policiais militares que atenderam a ocorrência”, explicou Sueili.
Guarda municipal já está em presídio de MS
Após cinco dias de buscas, a força-tarefa que caçava o guarda municipal terminou e ele foi preso, sendo interrogado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
No primeiro depoimento, a testemunha ressaltou uma nova dinâmica para o crime e a “conduta perversa e fria” do suspeito. Na última quarta-feira (4) a Polícia Civil comentou que Valtenir tinha “ódio” das amigas da mulher porque as culpava pelo fim do relacionamento do casal. Ainda conforme Sueili, a testemunha, com medo das ameaças do guarda municipal, está em local sigiloso.
O guarda municipal teve decretada pela Justiça a prisão preventiva por feminicídio, homicídio e também tentativa de assassinato qualificado. No ano de 2014, ele também agrediu e ameaçou uma ex-namorado com faca.
Entenda o caso
Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, participava de um churrasco com amigos e a filha em uma casa no Jardim Noroeste. Na madrugada de domingo (1º), Valtenir foi até o local e a chamou para conversar. Eles discutiram e ele então atirou na cabeça dela.
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Estudante foi morta pelo ex-companheiro após 7 meses de relacionamento, diz polícia — Foto: Redes Sociais/Divulgação
A amiga de Maxelline viu o crime e, ao correr para pedir ajuda, foi baleada e está hospitalizada. O marido dela, o promotor de vendas Sterferson, também foi atingido e morreu. O casal ficou junto por sete meses. Em 17 de fevereiro, a estudante de pedagogia registrou boletim de ocorrência contra Valtenir, o qual estava impedido de se aproximar dela.
A Guarda Municipal não sabe se arma usada por Valtenir é a que ele usa em serviço. Porém, todas foram atingidas por projétil calibre 38, o mesmo usada pela corporação. Somente a perícia irá constatar.
Valtenir fez capacitação para atender mulheres vítimas de violência doméstica. O caso é apurado pela Deam.
G1 MS