BRASÍLIA — O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, orientou que a pasta faça ressalvas sobre os dados regionais da pandemia sempre que divulgar informações sobre número de casos e óbitos no Brasil. Em uma reunião com secretários estaduais e municipais no último dia 30, Pazuello demonstrou irritação com a divulgação feita pelo Ministério e cobrou da equipe que diferencie as situações de cada região do país.
O ministro argumentou que o Brasil é um país “continental” e que a divulgação de um dado global pode induzir gestores locais a adotarem medidas extremas, ainda que seus municípios não estejam amplamente afetados.
— Então é muito perigoso nós falarmos do Brasil como um todo sem fazer essas ressalvas, porque aí faz com que um gestor na ponta da linha pense “o Brasil está assim, então tenho que tomar atitudes severíssimas na minha cidade” — disse. — O Brasil é um país continental, tem situações distintas da pandemia o tempo todo. Isso confunde o gestor na tomada de decisão. Claro que pode mostrar o número do Brasil, mas com as ressalvas necessárias.
Na reunião, o ministro interrompeu a apresentação de Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde da pasta, para fazer a cobrança em relação à divulgação de dados. Após sua manifestação, Macário concordou que o destaque regional é importante.
— É importante essa colocação, porque reforça o caráter dimensional, pois existem diferenças regionais. Esses 30.199 óbitos que ocorreram em maio (por exemplo) tiveram como foco principal as regiões norte e nordeste, e o estado de São Paulo, que sempre liderou. As capitais, regiões metropolitanas principalmente — afirmou.
De acordo com os dados compilados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, o número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil subiu para 2.809.321. Os números são consolidados a partir das secretarias estaduais de Saúde. O total de mortes é de 96.113.