Campo Grande, 17 de janeiro de 2025

Pistoleiro dos ‘bicheiros’ de MS morto em confronto fez laboratório de refino de crack em granja no RN, diz polícia

Apontado como sendo o pistoleiro da organização criminosa criada para eliminar desafetos em Mato Grosso do Sul, o ex-guarda municipal José Moreira Freire estava vivendo em uma granja, no Rio Grande do Norte, e é lá que ele criou um laboratório de refino de crack, segundo a polícia.

Além disso, pouco antes dele ter sido morto em confronto, a investigação recebeu a denúncia de que ele receberia R$ 200 mil para eliminar alguma autoridade do Ministério Público ou do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Agora, a investigação prossegue no sentido de identificar quem seria o alvo do grupo criminoso, bem como se mais pessoas de Mato Grosso do Sul estariam lá atuando em atividades ilícitas com ele.

“O Garras [Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros] está apenas apoiando e colaborando com a investigação deles lá. Nesta quarta-feira (16) eu enviei fotos de um possível comparsa do José Moreira e agora a polícia vai verificar lá”, afirmou ao G1 o delegado titular, Fabio Peró.

No momento da abordagem, na zona rural de Lagoa de Pedra (RN), os policiais foram até a granja e disseram que o “Zézinho”, como José Moreira era conhecido, reagiu à abordagem. Na ocasião, ele estaria em posse de uma pistola .40, pertencente à Polícia Civil do Rio Grande do Norte, com registro de roubo.

Em seguida, os policiais constataram também que ele estava há cerca de dois meses no local e havia criado um laboratório de produção de “crack”.

José Moreira tinha dois mandados de prisão em aberto e era procurado tanto pela justiça de Mato Grosso do Sul como a Interpol. Ele figurava como 12º na lista com 26 criminosos mais procurados pela polícia, divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e com a suspeita de praticar cinco crimes de homicídio, além de envolvimento com tráfico de drogas, jogo do bicho, lavagem de dinheiro e corrupção.

Condenado pela morte do delegado

Em agosto de 2018, o então guarda municipal José Moreira Freires foi julgado e condenado a 18 anos de prisão por morte de delegado aposentado Paulo Magalhães. A investigação apontou que ele e outras duas pessoas se organizaram para cometer o crime, ocorrido no dia 25 de junho de 2013.

Já no dia 9 de abril de 2019, enquanto estava em liberdade condicional, o ex-guarda municipal José Moreira teria participado do assassinato do estudante Matheus Xavier, de 19 anos, Jardim Bela Vista, em Campo Grande.

Em abril deste ano, quando José Moreira era um dos foragidos mais procurados do país, a Justiça autorizou a reabertura de investigação do assassinato do delegado. A retomada do caso é um dos desdobramentos da Operação Omertà, realizada pela força-tarefa da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MP-MS) que desarticulou a milícia do jogo do bicho que agia em Mato Grosso do Sul.

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