Campo Grande, 10 de dezembro de 2024

No Rio, 72 mil idosos perdem a data de receberem a terceira dose da vacina contra Covid-19

Um mês após o início da aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 na terceira idade no Rio, pelo menos 72.762 idosos aptos a tomá-la ainda não foram aos postos. O número, disponível no vacinômetro virtual da prefeitura, se refere aos idosos com 80 anos ou mais que receberam a segunda dose, faixa etária que já foi totalmente contemplada pelo calendário da terceira dose. A quantidade de retardatários nesse grupo corresponde a mais de um quarto de seu contingente (27%).

O cronograma de vacinação da prefeitura também já incluiu as idades de 78 e 79 anos, cujos números específicos não estão disponíveis no vacinômetro. O painel só traz o recorte da faixa etária dos 75 a 79 anos, em que já foram registradas 16.016 mil doses de reforço aplicadas até o início da tarde de ontem.

Por outro lado, outra fonte oficial sobre a vacinação no Rio, o Sistema de Informações em Saúde da prefeitura (conhecido como tabnet municipal), indica que 45.477 idosos de 78 e 79 anos tomaram a segunda dose ou dose única do imunizante e, por isso, em tese, estão aptos a receber a terceira. No entanto, quando se compara esse número com a quantidade de idosos de 75 a 79 anos já com reforço exibida no vacinômetro, vê-se uma diferença de 29.461 pessoas. Isso indica que o buraco na cobertura da terceira dose pode ser ainda maior.

O tabnet aponta também uma grande lacuna na aplicação do reforço em imunossuprimidos, outro grupo elegível para a terceira dose. Em pouco mais de duas semanas, 1.476 pessoas com problema de imunidade receberam a injeção, o que corresponde a 2% do total de imunossuprimidos que tomaram a segunda dose ou dose única. O vacinômetro municipal não tem dados sobre a vacinação desse grupo específico.

Reforço após 3 meses

Por determinação da Secretaria municipal de Saúde (SMS), pessoas com 60 anos ou mais devem tomar a terceira dose pelo menos três meses após a segunda. Já pessoas com imunossupressão, que incluem pacientes que fazem hemodiálise e quimioterapia para tratamento de câncer e em outras condições, podem tomar o reforço 28 dias após ter completado o ciclo vacinal.

Na avaliação do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a dificuldade de deslocamento é um dos maiores empecilhos para a vacinação dos idosos, sobretudo na faixa dos 80 anos ou mais. Esta é a razão por que a prefeitura voltou a disponibilizar a aplicação em domicílio, cujo pedido pode ser feito pelo site da administração municipal.

O Globo/

Compartilhe

Facebook
Twitter
WhatsApp