Apaixonado pelo Brasil, Nadal exalta Ronaldo, Guga e recorda desfile no Carnaval
Recordista de títulos de Grand Slams, espanhol diz que país tem condições de voltar a colocar atletas no topo do esporte: “No Brasil, o tênis é importante, senti isso todas as vezes que vim aqui”
Por Clayton Conservani e Marcelo Barone — Belo Horizonte
Maior campeão de Grand Slams na atualidade, Rafael Nadal passa a temporada em viagens internacionais, disputando torneios e cumprindo compromissos com patrocinadores. Fazia cerca de seis anos que ele não desembarcava no Brasil – até que um jogo de exibição diante de Casper Ruud, em Belo Horizonte (BH), em novembro, o reaproximou da torcida canarinho.
Nadal é fã do país. Gosta do futebol, do povo, da cultura e, claro, de Gustavo Kuerten, um dos principais nomes do tênis na história. Torcedor do Real Madrid, acompanhou de perto o Barcelona, na década de 90, quando o tio, Miguel Angel Nadal, atuou pelo clube catalão e pela seleção espanhola. Na época, o “Miúra” era apenas um adolescente, encantado com os dribles e gols de Ronaldo Fenômeno.
– Meu jogador de futebol favorito acho que é o Ronaldo, tive a sorte de conhecê-lo como jogador porque atuou com meu tio no Barcelona. Creio que cresci vendo o Ronaldo e diria que é o meu favorito, sem dúvida nenhuma – revelou o atleta, em entrevista ao “Esporte Espetacular”.
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Rafael Nadal, durante jogo de exibição no Mineirinho, em Belo Horizonte — Foto: Gilson Junio / AGIF
Foi, também, na adolescência, que Rafael Nadal viu Gustavo Kuerten enfileirar adversários em Roland Garros e faturar o tricampeonato (1997, 2000 e 2001). Mal sabia o espanhol que se tornaria o maior campeão torneio francês em todos os tempos, com 14 troféus. Faltou, porém, dividir a quadra de saibro com o catarinense.
– Eu não sei, certeza que seria uma partida muito difícil, afinal, Guga era um jogador incrível. Seria bonito. É difícil imaginar partidas que não são possíveis, mas claro que eu gostaria enfrentar o Guga em seu melhor momento, e eu também no meu melhor momento. Seria uma partida interessante.
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Guga entregando o troféu de Roland Garros para Nadal em 2007 — Foto: Cynthia Lum / Getty Images
Questionado sobre o que o Brasil necessita para voltar ter um tenista figurando no topo da modalidade, Rafael Nadal falou em investimentos. O espanhol acredita que não é por falta de jovens talentosos.
– Eu não tenho todo o conhecimento do país pra ter uma opinião clara. O Brasil tem um grande potencial, é um país grande que tem possibilidades, mas tem que ter investimento, seja de empresas privadas ou do governo. É preciso investir em infraestrutura, em centros, onde as crianças possam treinar com bons profissionais. O Brasil tem bons exemplos de grandes jogadores, com uma grande tradição no país. Por que não? É só uma questão de colocar o interesse necessário porque o Brasil é um lugar onde o tênis é um esporte importante, senti isso todas as vezes que estive aqui. Espero que eventos como esse que estou participei em Belo Horizonte ajudem para que as crianças queiram jogar tênis cada vez mais.
Confira outros tópicos:
Desfile no Carnaval em 2015
– Foi um experiência muito bonita. O Carnaval no Rio de Janeiro é algo que eu sempre via na televisão e tive a sorte de estar lá. É algo que é preciso vivenciar para sentir a energia. Dei sorte de estar lá com bons companheiros e amigos e desfrutar de uma experiência inesquecível.
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Rafael Nadal e Guga desfilaram na Sapucaí, em 2015 — Foto: Reuters
Manias em quadra
– Não são rituais de sorte (alinhar garrafas de água e repetir os mesmos gestos no saque). É um ritual, normalmente, de concentração, mais do que qualquer outra coisa. Nós jogamos praticamente toda hora e cada um tem suas formas de tentar se concentrar. As coisas saem dessa maneira. É uma rotina que me ajuda a estar mais focado.