“Toda história tem começo meio e fim. Porém nunca será esquecida se escrita por mim”. A citação é de Daniel Alves no Instagram, após uma das muitas gravações de que participou nos últimos meses. O jogador é sócio de produtora e produtor-executivo do documentário que contou sua própria trajetória até a Copa do Mundo de 2022.
Preso em Barcelona sob acusação de agressão sexual, Daniel Alves estava próximo da aposentadoria – seu contrato com o Pumas ia até junho deste ano, mas foi rescindido por justa causa – e investia fora do futebol. Virou sócio da Maracanã Media, produtora de audiovisual, e também era produtor-executivo de série que o acompanhou nos últimos meses até o último Mundial.
Recentemente, também inaugurou instituto que leva seu nome na Bahia – com duas sedes, em Salvador e em Lauro de Freitas, a organização não-governamental atende a 600 crianças. No fim do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar Daniel Alves por suposta irregularidade em recebimento de verbas públicas do governo federal.
Foram seis episódios exibidos no site da Fifa, que vão da saída do São Paulo até a chegada ao Pumas, do México, passando pelo retorno ao Barcelona. No último episódio, Daniel entrevista Branco, coordenador da seleção de base, e recebe os parabéns da mulher Joana Sanz, com direito a bolo com velas de 39 anos – numa casa em Barcelona.
A segunda temporada tinha nome provisório de “The Last Samba” – inspirada no documentário de Michael Jordan (“The Last Dance”) – e contava os dias de Daniel Alves em preparação para a Copa do Catar. Ele voltou a Barcelona para seguir a preparação quando o Pumas não se classificou para os playoffs. Treinou com equipe particular na praia e com o time B do Barcelona.
Entenda o caso
Daniel Alves foi preso na sexta-feira (20/1) em Barcelona, na Espanha, após prestar depoimento à polícia da cidade espanhola. Ele é acusado de agressão sexual contra uma jovem de 23 anos em uma boate de luxo local.
A assessoria de imprensa da polícia catalã informou que o lateral deve permanecer preso até o julgamento, que ainda não tem data para ocorrer. O Pumas, do México, onde jogava o lateral, anunciou na noite de sexta a rescisão do contrato com o brasileiro.
A juíza Maria Concepción Canton Martín, do Juizado de Instrução 15 de Barcelona, ordenou a prisão preventiva sem fiança de Daniel Alves, acatando pedido do Ministério Público. Foi ela que ouviu os depoimentos da denunciante, de Daniel Alves e do amigo do jogador que estava na boate.
A juíza também viu as provas apresentadas antes de decretar a prisão sem fiança pedida pelo Ministério Público. Uma dessas provas foi o vestido que a denunciante usou naquela noite, que estava rasgado.
Durante os depoimentos de Daniel Alves, o jogador mudou de versão, conforme admitiu sua defesa. No primeiro, na sexta-feira de manhã, disse que não conhecia a vítima, não sabia seu nome e nada havia acontecido. No segundo, na sexta à tarde, admitiu que manteve relações sexuais com ela — mas de maneira consentida. Em todos os depoimentos, ele negou ter cometido atos violentos ou ter estuprado a mulher que o acusa.