Governo chinês havia alegado que balão, que sobrevoa os EUA há dias, servia para fins meteorológicos e se perdeu por conta de ventos. Washington alega que instrumento tem autonomia, mecanismo de vigilância e ‘carga pesada’.
Por g1
O Pentágono rebateu nesta sexta-feira (3) a versão do governo chinês sobre um balão que sobrevoa os Estados Unidos e afirmou que se trata de um equipamento de vigilância da China.
Pequim havia dito mais cedo que o balão, do governo chinês, era um equipamento para fins meteorológicos e científicos que havia desviado de seu rumo original por conta de ventos e por não ter autonomia de direção.
Já o Pentágono — sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos — contestou a versão e disse que o balão:
- Tem autonomia para manobrar, ao contrário do que o governo chinês havia alegado;
- Desviou de seu curso original deliberadamente;
- Comporta uma “grande carga” dentro e um mecanismo de vigilância na parte de baixo;
- Não há evidência de material radioativo ou nuclear, mas os EUA ainda não derrubaram o balão por temor de algum tipo de risco à população;
- Serve para fins de vigilância, e não para pesquisas meteorológicas e científicas, como havia alegado Pequim;
- Seguirá sobrevoado o espaço aéreo dos EUA por alguns dias;
- Estava sobre a região central dos Estados Unidos na tarde desta sexta-feira.
O governo norte-americano não quis revelar o ponto exato do equipamento, mas disse que “as pessoas podem olhar para cima” para tentar vê-lo.
Com a nova versão do Pentágono, a hipótese de que se trata de espionagem chinesa continua de pé, e as tensões entre os dois países voltaram a se acirrar. Por conta do episódio, o secretário de Estado, Antony Blinken, decidiu nesta sexta-feira adiar uma viagem diplomática no fim de semana à China.
Mais cedo, o Ministério chinês havia criticado Washington por “especular” com um fato ainda pouco conhecido, mas disse não ter intenção de invadir o espaço aéreo dos EUA.
“A China é um país responsável e estamos sempre observando as leis internacionais. Não temos intenção de invadir o espaço aéreo dos Estados Unidos”, disse, mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.
“Esperamos que ambos os lados possam lidar com o assunto com calma e prudência”, afirmou Ning.