Amil diz que Jefferson tem condições de alta. Ou seja: pode voltar para a cadeia
Defesa de Jefferson pede prisão domiciliar, mas operadora de saúde diz que ex-parlamentar está em condições de alta hospitalar desde o dia 22 de agosto, podendo retornar a Bangu
A saúde do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que se encontra internado desde julho em um hospital particular no Rio de Janeiro, está no centro de um embate entre diferentes entidades. A divergência de opiniões sobre seu estado de saúde tem gerado incertezas quanto ao seu futuro legal.
De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ), apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o quadro de saúde de Jefferson é descrito como “extremamente frágil”, inviabilizando seu retorno ao Complexo Penitenciário de Bangu para cumprir sua pena. A avaliação da Junta Médica da Polícia Federal respalda essa perspectiva. No entanto, a operadora de saúde Amil apresenta uma visão oposta, afirmando em nota extrajudicial que o ex-deputado estaria em condições de alta hospitalar desde o dia 22 de agosto de 2023, destaca reportagem do jornal O Globo.
A Amil ressalta ter feito tentativas de contato com a família de Jefferson para auxiliar no processo de alta hospitalar, mas, diante da falta de anuência por parte da família, a operadora destaca que, caso a internação prossiga, as despesas passarão a ser de responsabilidade particular a partir de 26 de agosto de 2023.
A defesa de Roberto Jefferson alega que o político demanda cuidados médicos diários e insiste que a tentativa de alta estaria relacionada ao custo elevado de sua permanência no hospital particular. Nesse contexto, os advogados do ex-deputado solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes, conforme noticiado por Lauro Jardim, que a hospitalização não seja cobrada ou, alternativamente, que a pena seja convertida em prisão domiciliar.
A trajetória legal de Roberto Jefferson também ganha destaque nesse debate. O ex-deputado se tornou alvo de medidas cautelares sob prisão domiciliar em 23 de outubro, após ter violado as condições impostas anteriormente, as quais estava cumprindo desde janeiro do ano passado. A prisão inicial de Jefferson ocorreu em agosto de 2021, quando ele se tornou réu no inquérito das milícias digitais.