“Onde tem talento, tem oportunidades” é o lema do Programa MS + Criativo que nesta quarta-feira (27) ouviu as demandas dos ‘fazedores’ de cultura, produtores e gestores em Campo Grande.
O encontro regional é realizado no auditório do Sebrae e aberto a todo público que trabalhe na economia criativa de Mato Grosso do Sul. As ideias e propostas levantadas em cada reunião vão construir o primeiro plano estadual do segmento e Lei Estadual da Economia Criativa.
“Este é o momento de criar as bases, os fundamentos para erguer a nossa construção da economia criativa. A infraestrutura é o plano estadual de economia criativa que hoje nós estamos escrevendo na etapa regional de Campo Grande”, explica o superintendente Décio Coutinho.
Depois de realizadas as oito etapas regionais, o documento será apresentado no dia 5 de dezembro, na Capital, durante o encontro estadual. Para o superintendente de Economia Criativa, o plano estadual vai priorizar e atender as necessidades e oportunidades existentes em cada território de MS.
Dinâmica dos encontros
O Plano Estadual é construído em cima dos seguintes eixos: qualificação, capacitação, gestão, financiamento, ambiente criativo, mercado, inovação, questão legal, Rota Bioceânica e Pantanal. Para debater e coletar sugestões, os criativos são divididos em grupos e de uma forma dinâmica e prática, todos contribuem para o tema.
Na gestão, é trabalhada toda a questão de empreendedorismo, mapeamento, observatório, dados e informações. Quanto à capacitação e qualificação, entram os grandes parceiros da superintendência como UEMS, UFMS, IFMS, Sistema S.
Na parte de financiamento, o plano vai buscar formas de viabilizar financeiramente os projetos criativos, e na questão legal a prioridade é legalizar, registrar e regulamentar muitas profissões que hoje atuam de forma precária e na informalidade.
Já quanto ao mercado, o plano prevê promover a ponte entre criativos e mercado interno, externo, acesso às feiras e indústria criativa. Está programada também a implantação de três centros de referência de economia criativa no Estado, espaços físicos que possam servir para troca e acolhimento dos trabalhadores.
Para a inovação, o plano prevê a inserção da economia digital e todas as suas possibilidades, além de incluir os blocos territoriais tratando especificamente de Bioceânica e Pantanal.
Propostas dos criativos
Um dos organizadores da Feira Bosque da Paz, Felipe Monteiro, tem acompanhado o debate contribuindo com propostas que abarquem todos os expositores que participam da feira. O evento que já está consolidado na Capital tem um ano de realização e movimentou mais de R$ 7 milhões, atraindo 20 mil pessoas em cada edição.
“Essa proposta agora que o Governo do Estado está trazendo, de fomentar ainda mais a economia criativa, vai ajudar muito todos os envolvidos que estão ali. A Feira Bosque da Paz é um grande portal para que as pessoas consigam demonstrar esse trabalho da economia criativa no artesanato, gastronomia. O pessoal também que também traz uma questão da cultura quilombola, dos povos originários, então a gente tendo o apoio do poder público junto com a gente, com certeza a vai trazer resultados ainda melhores”, diz.
Produtor audiovisual, Fábio Flecha tem na ponta da língua o que quer ver sendo construído em MS. “O incentivo aos produtores pode fazer muita diferença. Vou dar um exemplo, teve um curso que aconteceu em 2017, aqui no Sebrae, que custou em torno de R$ 25 mil reais, uma semana de cursos e palestras. Isso rendeu dois projetos de MS, um de R$ 1 milhão e outro de R$ 400 mil. Qual setor da economia consegue trazer um retorno tão alto em tão pouco tempo? Então isso que eu venho defender aqui, investir em aprendizado”, narra.
Artesã, Roza Otto acredita que a implantação do Plano de Economia Criativa vai agregar e trazer muitos criativos para o trabalho. “Com a base da lei e a regulamentação, podemos ter fomento, e a gente precisa porque temos muitos gastos, os materiais subiram muito, então com o plano nós teremos este suporte financeiro”, pontua.
Na abertura do evento, o diretor de Operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro parabenizou a iniciativa de realizar a escuta nas diversas regiões do Estado para criar o primeiro plano de Economia Criativa e falou como a instituição é a grande parceira do programa.
“No sentido literal, a estruturação de um plano de economia criativa vai ser a estratégia de atuação e o Sebrae como pensa isso como negócio está junto. Estamos para contribuir e fomentar o desenvolvimento em Mato Grosso do Sul e transformar tudo isso em novas oportunidades de emprego e geração de renda”, ressalta.
Para o secretário de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Ferreira Miranda, o plano vem atender e despertar o potencial de crescimento da economia criativa no Estado.
“Para se ter uma ideia com toda a produção musical fantástica de MS, com grandes ídolos nacionais, a gente tem só nove CNPJ’s de música no Estado. Este é um item que mostra que é preciso ver e estabelecer este plano para o Governo criar condições tanto em termos de facilitar a formalização do setor quanto o despertar para a possibilidade de renda de uma forma organizada”, diz.
Representando o governador Eduardo Riedel, a primeira-dama e designer Mônica Riedel fez questão de enfatizar que como profissional das artes, ficou muito interessada em trabalhar este outro olhar para as coisas que já existem, um dos grandes marcos da economia criativa.
“Às vezes, a gente trabalha com uma coisa e está tão acostumado com aquilo que não consegue enxergar de outra forma, e a economia criativa vem para isso, ajudar a todos que trabalham com artesanato, tecnologia, e as demais áreas, a inserir este outro olhar dentro da sociedade”, descreve.
Programação
Os próximos encontros regionais acontecem nos meses de outubro e novembro.
Regional Norte
Rio Verde – 17/10
Regional Oeste
Bonito – 7/11
Regional Sul
Dourados – 17/11
Regional Costa Leste
Três Lagoas – 21/11
Paula Maciulevicius, Setescc
Foto: Thaís Lima/Setescc (destaque)