Campo Grande, 13 de outubro de 2024

Da bronca da mãe ao Pequeno Príncipe: saiba a história de Mário Bittencourt no Fluminense, da pior fase até a final da Libertadores

Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro

Morador de Vila Isabel, um dos bairros vizinhos ao Maracanã, Mário Bittencourt ia na infância ao estádio com a mãe rubro-negra. Após derrota em clássico para o eterno rival, o pequeno tricolor tirou a camisa na saída, decepcionado com o resultado. A mãe o repreendeu na hora.

– Bota essa camisa! Aprende a perder! – disse Ada Regina.

 

Mário Bittencourt no CT do Fluminense — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Mário Bittencourt no CT do Fluminense — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Mário morou com a mãe na casa dos avós depois da separação dos pais, quando tinha quatro anos. Do pai, Luis Mario, ele herdou a paixão pelo Tricolor.

A bronca da mãe foi relatada ao ge numa das muitas conversas e entrevistas para este perfil do dirigente tricolor, que não quis dar entrevista. Nesta semana, ele pode entrar para a história como o primeiro presidente do Fluminense campeão da Libertadores, na final de sábado, contra o Boca Juniors.

Hoje com 45 anos, Mário passou a viver o dia a dia do Fluminense quando ainda estudava Direito. Foi por indicação de um amigo do padrasto, o jornalista falecido Roberto Porto, que ele decidiu conversar com Peter Siemsen.

Em 1998, muitos anos antes de ser presidente entre 2011 e 2016, Peter começava a ajudar a diretoria eleita na enxurrada de ações judiciais de um clube que estava em frangalhos – naquele ano, foi rebaixado à Série C. Aos 20 anos, Mário vestiu um blazer e foi ao escritório de Peter em Botafogo.

– Fui muito franco com ele. Disse que não tinha dinheiro, que não podia pagá-lo, mas ajudar do meu bolso com alimentação. Eu gostei dele: “A paixão vem em primeiro lugar. Quero muito. Estou dentro” – recorda Peter, sobre o que ouviu do advogado que ainda nem usava barba.

– Ele era muito safo para a idade. Para aquele ambiente em que vivíamos, sem grana, cheio de problemas, se adequava perfeitamente. Era muito guerreiro. Acompanhava futebol com detalhes.

Nelson Rodrigues e Pequeno Príncipe

 

A atividade no clube e a vida política são muito antigas na vida do advogado que ganhou as manchetes num julgamento que completará 10 anos em dezembro. Aquele que decretou o rebaixamento da Portuguesa no Brasileiro de 2013 por escalação irregular de atleta na última rodada da competição.

No STJD, Mário levanta o livro "O Pequeno Príncipe", presente da mãe, a jornalista Ada Regina — Foto: Reprodução

No STJD, Mário levanta o livro “O Pequeno Príncipe”, presente da mãe, a jornalista Ada Regina — Foto: Reprodução

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