Na adversidade, Nathan e Gustavo Nunes saem do banco para garantir a vitória sobre o Estudiantes com um a menos
Por João Victor Teixeira — Direto de La Plata
É na adversidade que o tricampeão da Conmebol Libertadores renasce para a competição que está fadado a desfilar. Sob a caldeira posta em La Plata, o Grêmio protagonizou mais uma batalha com o Estudiantes justamente no palco onde a história já fora escrita. Mas essa, os tricolores cantaram a vitória por 1 a 0 ao final. Com um a menos, os garotos de Renato recolocaram o Tricolor na briga pela classificação.
O técnico gremista vivenciou na noite de terça mais um jogo onde a superação roubou a cena. Com a surpresa de Everton Galdino entre os titulares, o técnico Renato Portaluppi soube montar um Grêmio estratégico no primeiro tempo para conter o ímpeto dos argentinos. Aliás, o atacante iniciou todos os jogos da Libertadores, embora alvo de críticas.
Além da escolha por Galdino, outros pontos geravam apreensão. Geromel, por exemplo, deixou o jogo no primeiro tempo com suspeita de fratura no braço. Rodrigo Ely entrou e iniciou a jogada do gol com um desarme. Fabio esteve adaptado na lateral esquerda e foi dos destaques do time. JP Galvão brigou e incomodou os defensores rivais, além de sustentar a bola no pivô. A atitude de noites de Copa esteve presente.
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Grêmio vence o Estudiantes, em La Plata, com um jogador a menos — Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Para Villasanti, até um pouco acima do ponto. A falta aos 21 minutos do segundo tempo o tirou da partida pelo segundo cartão amarelo. Quase ameaçou o que, até ali, era um empate que ainda mantinha uma certa esperança na classificação às oitavas de final, apesar de não ser o ideal.
– Pensei por um minuto o que fazer, porque no momento que perdemos o Villa, sabia que o adversário ia atacar e deixar espaços. Coloquei os dois garotos. Tenho confiança neles, precisávamos de velocidade pelo espaço que iam deixar – contou o comandante.
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Villasanti é expulso em Estudiantes x Grêmio — Foto: João Victor Teixeira
Renato sacou do banco Nathan Fernandes e Gustavo Nunes. Sem se acanhar em um estádio intimidador e palco de parte da história gremista, os dois puxaram um contra-ataque fatal. Gustavo recebeu do parceiro, disparou em velocidade e deu para Nathan empurrar para o gol e garantir os primeiros três pontos no Grupo C.
Isolada no canto do Estádio Uno, a torcida gremista passou a fazer mais barulho em La Plata. O treinador tirou João Pedro Galvão e colocou Gustavo Martins para dar estatura ao time, pois o Estudiantes iria pressionar até o fim da partida.
Já é o terceiro jogo seguido sem sofrer gols. Em La Plata, Marchesín foi discreto na partida. O time compactado do Grêmio soube disputar. No ataque, também não empilhou oportunidades, mas levou perigo com Soteldo e acertou o travessão com Cristaldo.
A equipe repetiu o que fez nos últimos três jogos e que Renato tanto pediu: a competitividade. Cientes da importância da vitória, disputou a cada lance. Carrillo quase estragou a festa do Grêmio, mas o gol com chute desviado no companheiro foi anulado por impedimento aos 38 da etapa final.
– Não quero meu Grêmio competindo somente na Libertadores, quero em todas as competições. Mostramos nos últimos três jogos. Pelo jeito que competiu, chegou à vitória. Falo pra eles pra competir no mínimo igual ao adversário. Aí a parte técnica de cada um vai se destacar. É competir do início ao fim – reforçou o técnico com mais vitórias na história da Libertadores.
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Nathan Fernandes comemora gol do Grêmio contra o Estudiantes, pela Libertadores — Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP
A vitória na noite de segunda-feira devolveu ao Tricolor o temor dos adversários, pois ganhou força na briga pela classificação. Pela frente, a equipe gaúcha tem mais um compromisso fora, contra o Huachipato, em Talcahuano, no Chile, dia 8 de maio. Depois decide as últimas duas rodadas em Porto Alegre.
Antes, tem compromisso pelo Brasileirão e tenta continuar embalado. Na semana que vem, estreia na Copa do Brasil, em Ponta Grossa, contra o Operário-PR, pelo jogo de ida da terceira fase. Uma maratona de jogos que vai exigir muito dos jogadores de Renato, mas que é mérito para quem está em todas competições.