Campo Grande, 23 de abril de 2024

Vereadores criticam decisão para fechamento de escolas estaduais em Campo Grande

Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande criticaram, durante sessão ordinária desta quinta-feira (21), a decisão do Governo do Estado para fechamento de escolas estaduais na Capital no próximo ano. Alunos e pais da Escola Estadual Professor Carlos Henrique Schrader, no Jardim Flamboyant, estiveram na Casa de Leis e receberam apoio dos vereadores na luta para que o colégio continue funcionando. Também houve anúncio para fechamento da Escola Estadual Advogado Demosthenes Martins, no Residencial Octavio Pécora.

O vereador Valdir Gomes, presidente da Comissão Permanente de Educação da Câmara, criticou a medida que classificou como desrespeito à educação. Ele cobrou que a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amêndola da Mota, compareça à Casa de Leis para responder aos questionamentos e esclarecer a decisão de fechamento das escolas. Na Tribuna, falou que aguarda resposta até terça-feira.

“Temos escola premiada naquilo que faz, que está para ser fechada. Esta Casa não pode aceitar. Vamos chamar a secretária. Os deputados são responsáveis também, mas estamos falando de Campo Grande. Não vou me calar diante dessas maldades que estão fazendo na educação. Como ficam as famílias que moram ali?”, afirmou o vereador Valdir Gomes, reclamando que o prédio está praticamente abandonado.

No começo deste ano, os vereadores se mobilizaram com a comunidade, estudantes, pais e professores contra o fechamento de escolas estaduais em Campo Grande, dentre elas a Escola Riachuelo, no Bairro Cabreúva, além do estudo noturno na Consuelo Muller, na Vila Jacy. Por meio da Defensoria Pública, a Justiça foi acionada, liminares chegaram a ser concedidas, mas foram derrubadas.

No aparte, o vereador Betinho afirmou que é “lamentável o fechamento da escola (Flamboyant), onde cerca de 30% dos alunos são indígenas da Aldeia Marçal de Souza. “Vamos avaliar essa decisão porque fechar escolas é um crime. Não levam em consideração a importância da escola. Fica nosso protesto”, afirmou.

O vereador Otávio Trad também manifestou a relevância dessa discussão, que engloba a rede estadual, mas refere-se a Campo Grande. “É uma perda grande não apenas para a educação, mas também do ponto de vista cultural. A escola está ali instalada há muito tempo, tem carinho e respeito dos alunos. Tenho acompanhado que teremos mais escolas fechadas até o fim do ano, o que é absurdo”.

A vereadora Dharleng Campos apontou o contrassenso da decisão, pois “a cidade cresce e tinha que estar abrindo escolas, mas o Governo decide fechar. Não se fecha escola em qualquer cidade em desenvolvimento. Aqui virou uma febre. Temos que lutar pelo não fechamento. Os alunos são o futuro dessa cidade, novos médicos, administradores, vereadores, governadores. Quero conclamar deputados que se unam a essa causa, como fizeram com a questão da Energisa”.

Para o vereador Dr. Loester é papel de todos defender a educação e o Governo está na contramão da história. “Tirar a escola é aumentar a população presidiária, pois vai levar jovens que podiam estar na escola para a rua”. O vereador Dr Livio destacou a importância de defender a educação e outros temas, como saúde e segurança. Ponderou que, apesar da proposta de transferir algumas escolas para o Município, não se poderia contemplar as séries do Ensino Médio, conforme estabelece a legislação.

O vereador Ayrton Araújo do PT concorda sobre a necessidade de a secretária comparecer a Câmara para explicar essa decisão e também a decisão de instalar videomonitoramento e retirar os agentes de segurança estaduais, que cuidam do patrimônio. “O Governo está lavando as mãos para a educação”, disse. Para o vereador William Maksoud o momento é de perplexidade. “Precisamos dessa resposta, pensando nas próximas gerações. Nossa educação é a base de tudo”.

O vereador Papy recebeu várias ligações e mensagens no whatsapp pedindo apoio contra o fechamento da escola no Flamboyant. “Houve manifestação popular de pais, alunos, ex-alunos que me procuraram por conta da escola, que atende também a comunidade indígena. Falei com secretário adjunto que disse que já era decisão tomada e não seria revertida. Conclamo o Governo a repensar essa decisão porque a escola é importante para a comunidade”.  O vereador Veterinário Francisco destacou a importância de não ficar calado diante dessas medidas e lutar juntos.

O vereador Carlão sugeriu a formação de Comissão para procurar a secretária Maria Cecília e, pessoalmente, saber o motivo para a decisão de fechamento das escolas.

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal 

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