Murilo Leite, de 7 anos, tem todas as características comuns de uma criança da idade. Vai à escola, em Campo Grande, gosta de brincar e, como muitos outros brasileiros, ama jogar futebol. A diferença é que o garoto tem um talento bem diferente com a bola nos pés.
O menino treina desde os 4 anos de idade em uma escolinha de futebol da capital sul-mato-grossense, sempre chamando a atenção com as atuações de fixo no futsal e no meio campo dentro dos gramados. O talento era tanto que, quando o dono da escolinha do América Neves (escola de futebol oficial do América-MG) entrou em contato com o dono da escolinha em que Murilo joga, pedindo a indicação de um jogador para uma competição internacional na Colômbia, não houve dúvidas. O garoto era o cara.
A oportunidade fez os olhos de Murilo brilharem, e, com autorização dos pais, lá foi ele para Medellín jogar no 9° Festival Internacional de Futebol de Base Medellín Soccer Cup, com quase 4 mil atletas de seis países, disputando em 12 categorias. As seis vitórias em seis jogos, com direito a 37 gols marcados e apenas cinco sofridos na categoria sub-7 rendeu o título ao clube mineiro.
Murilo não desperdiçou a oportunidade: jogando no meio campo, marcou sete gols em cinco jogos e foi um dos destaques da equipe na competição. As atuações agradaram tanto os técnicos do time mineiro, que ele já foi convidado para jogar outra competição, a Danicup, uma das maiores de categorias de base do Brasil, com mais de 350 clubes inscritos.
A mãe do garoto, Valéria Leite, de 33 anos, é uma grande incentivadora, mas admite ainda não estar acostumada com o sucesso do prodígio. “Levo ele a todos os jogos e campeonatos, pois ele gosta muito. Mas até pouco tempo não pensava nisso como um sucesso no futebol. Depois dessa viagem, comecei a ver que ele tem potencial para ser profissional, e com as viagens, tudo que envolve o mundo do futebol, isso me assusta um pouco”, conta.
Valéria também explica que o pai de Murilo é praticante de esportes e já participou de competições fora do estado e, por isso, encara com mais tranquilidade e investe no potencial do garoto. “O Murilo ama jogar bola e gostou mais ainda de sair pra jogar com outros meninos. Isso só aumentou a vontade dele de ser jogador e agora vamos juntos pelo sonho dele”, explica.
Murilo também coleciona conquistas em torneios de categorias de base em Campo Grande — Foto: Valéria Leite/Arquivo Pessoal
Com mais competições pela frente e, possivelmente, mais sucesso, a maior preocupação da mãe do prodígio, agora, nem é mais dentro de campo. “Só faremos tudo se ele for um bom aluno e na escola estiver tudo certo. Primeiro, precisa se dedicar aos estudos para depois não ficar sem o futebol”, finaliza.