Campo Grande, 29 de março de 2024

Ex-assessor de segurança John Bolton diz que pode depor no Senado em julgamento de impeachment

O ex-conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, John Bolton, disse que está disposto a testemunhar no julgamento de impeachment do Senado se for intimado, de acordo com um comunicado divulgado nesta segunda-feira (6).

“A Câmara concluiu sua responsabilidade constitucional adotando artigos de impeachment relacionados à questão da Ucrânia. Agora cabe ao Senado cumprir sua obrigação constitucional de julgar o impeachment, e não parece possível que uma resolução judicial final das questões constitucionais não respondidas podem ser obtidas antes que o Senado atue “, afirmou Bolton.

“Consequentemente, como meu testemunho está mais uma vez em questão, tive que resolver os sérios problemas conflitantes da melhor maneira possível, com base em cuidadosa consideração e estudo. Concluí que, se o Senado emitir uma intimação para meu testemunho, estou preparado para testemunhar. “

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

‘Medo do que posso dizer?’

Bolton já havia sido convidado para falar perante os comitês da Câmara durante a primeira fase do inquérito, mas não compareceu.

Em depoimento em uma audiência pública em novembro do ano passado, a ex-diretora sênior para Rússia e Europa no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Fiona Hill, que foi subordinada a Bolton, disse que “aqueles com informações têm uma obrigação moral de fornecê-las”. A declaração foi interpretada na época como uma indireta a seu ex-chefe.

Também em novembro, Bolton, que tinha sido demitido por Trump dois meses antes, acusou o governo de impedir que ele tivesse acesso à sua conta pessoal no Twitter. Segundo Bolton, foi o próprio Twitter que devolveu a ele a conta. “Desde que me retirei do cargo de conselheiro de Segurança Nacional, a Casa Branca se recusou a devolver o acesso à minha conta pessoal no Twitter”, escreveu, horas depois de retomar o acesso, em 22 de novembro.

“Foi por medo do que eu posso dizer? Àqueles que especulavam que eu me escondi, peço desculpas por desapontar”, disse ainda o ex-assessor do presidente.

Trump demitiu Bolton em 10 de setembro, por “discordâncias fundamentais” sobre como lidar com políticas externas em relação ao Irã, Coreia do Norte e Afeganistão, segundo o jornal “The New York Times”.

Julgamento no Senado

Após a aprovação do impeachment na Câmara, em 18 de dezembro, o processo de Trump seguiu para o Senado, onde seu afastamento será julgado. A data para o início ainda não foi anunciada.

O presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, deve presidir o julgamento. Os gerentes apontados pela Câmara (e ainda não definidos) apresentarão o caso contra Trump e a equipe jurídica do presidente responde, com os senadores atuando como membros do júri.

Para perder o mandato, Trump precisa ser condenado por dois terços do Senado, o que equivale a 67 votos. No entanto, a casa é composta atualmente por 53 integrantes do Partido Republicano, 45 do Partido Democrata e dois independentes, que em geral votam com os democratas.

Desta forma, seria necessário que cerca de 20 dos 53 senadores do próprio partido do presidente votassem contra ele.

O presidente do Senado, Mitch McConnell, ainda não confirmou se haverá a convocação de testemunhas durante o julgamento ou não.

Por G1

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