Thiago Neves e Cruzeiro chegaram a um acordo parcial na segunda audiência de conciliação realizada nesta terça-feira, na 4° Vara do Trabalho de Minas Gerais. O imbróglio judicial entre as partes vem desde dezembro, quando Thiago Neves acionou o clube na Justiça, cobrando R$ 16 milhões referentes a salários atrasados e a rescisão indireta do contrato, que vai até dezembro deste ano.
A audiência teve mais de duas horas de duração. O jogador recebeu a liberação para jogar em outro clube, mas a ação segue na Justiça. Os representantes do Cruzeiro saíram do local sem dar entrevista. Thiago Neves falou rapidamente após o encontro, disse que ainda torce pelo Cruzeiro, mas quer seguir a vida.
– Continua (a ação) na Justiça. A audiência de hoje foi boa. Cruzeiro me entendeu, eu entendi o Cruzeiro também. Acho que o (acordo) importante está chegando aí. Abriram mão os dois lados. Estou livre para assinar com outro clube e seguir minha vida (…) Óbvio que vou continuar torcendo pelo Cruzeiro, mas tinha que pegar minha liberação para seguir meu rumo – disse Thiago Neves.
Kris Bretas e Benecy Queiroz representaram o Cruzeiro na audiência — Foto: Gabriel Duarte
O jogador não revelou se pretende seguir atuando no futebol brasileiro ou se vai se transferir para o exterior. Estiveram na audiência o superintendente jurídico do clube mineiro, Kris Brettas, o supervisor administrativo, Benecy Queiroz, mais o advogado do jogador, Leandro Silva Teixeira, o próprio atleta e o empresário, Leandro Lima.
Além do valor cobrado por Thiago – referente ao atraso no pagamento de salários, direitos de imagem e FGTS -, o jogador ainda tem R$ 1,2 milhão para receber do Cruzeiro até fevereiro, por ter assinado a súmula em 42 jogos no ano passado.
A sequência de Thiago Neves na Toca da Raposa está completamente descartada, não somente pela ação judicial, mas também por ele ser visto por torcedores como um dos principais responsáveis pelo rebaixamento do time à Série B do Campeonato Brasileiro.
A audiência foi cercada pelo receio da presença de torcedores do Cruzeiro. Dois seguranças ficaram na porta da sala da Vara e ainda foi feita uma revista no perímetro para verificar se havia presença de membros de organizadas, por exemplo.
Por Gabriel Duarte — de Belo Horizonte