Campo Grande, 26 de abril de 2024

Governo de Minas investiga caso suspeito de coronavírus em Belo Horizonte

Os exames capazes de confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica estão em andamento em laboratórios de referência. Em nota, o Ministério da Saúde disse que, até o momento, não há detecção de nenhum caso suspeito no Brasil de pneumonia “relacionado ao evento na China”.

A pasta falou também que “o caso noticiado pela SES/MG não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS)”. A SES informou que o caso em questão foi notificado ao órgão como suspeito e que as investigações “precisarão seguir o curso definido até sua conclusão”.

O caso foi identificado nesta terça-feira (21) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A paciente desembarcou na capital mineira no dia 18 de janeiro. Ela apresenta sintomas respiratórios compatíveis com a doença respiratória viral aguda.

“Tendo em vista o contexto epidemiológico atual do país onde a paciente esteve, foi considerada a hipótese de doença causada pelo novo coronavírus, que é micro-organismo de alerta sanitário internacional, considerando o potencial pandêmico com alto risco à vida e impacto assistencial”, disse a nota da SES.

A mulher está internada no Hospital Eduardo de Menezes, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A paciente está clinicamente estável e o caso segue em investigação.

Segundo a SES, a paciente não esteve na região de Wunhan, megalópole de 11 milhões de habitantes, em que foram registrados os primeiros casos de contaminação. Segundo a OMS, só há transmissão ativa do vírus nesta província.

A paciente disse também que não teve contato com pessoa sintomática na China. (leia nota na íntegra no fim desta reportagem)

De acordo com a assessoria de imprensa do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, o terminal não foi notificado sobre o caso suspeito.

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) disse em nota que recebeu exames da paciente e já está analisando as amostras.

Registros

Casos da doença já foram registrados em Macau, na costa sul chinesa, e em vários outros países. Além da China, Estados Unidos, Japão, Tailândia, Taiwan e Coreia do Sul já foram afetados pelo vírus, que provoca um tipo de pneumonia. Há casos suspeitos no México, em Hong Kong, nas Filipinas e na Austrália.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se reúne nesta quarta em Genebra, na Suíça, e pode decretar “emergência de saúde pública de interesse internacional”.

Até o momento, a OMS usou essa denominação apenas em casos raros de epidemias que exigem uma vigorosa resposta internacional, como a gripe suína H1N1 (2009), o zika vírus ( 2016) e a febre ebola, que devastou parte da população da África Ocidental de 2014 a 2016 e atinge a República democrática do Congo desde 2018.

Sintomas e transmissão

Chamado de 2019-nCoV, o coronavírus causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar. É um tipo de pneumonia que é transmitida de pessoa para pessoa.

Parece ser uma nova cepa de um coronavírus que não havia sido previamente identificado em humanos — coronavírus são uma ampla família de vírus, mas poucos deles são capazes de infectar pessoas.

O período de incubação e a origem do vírus ainda não foram identificados. Porém, a fonte primária é provavelmente um animal, de acordo com a OMS. As autoridades chinesas vincularam o surto a um mercado de frutos do mar na cidade chinesa de Wuhan, onde os primeiros casos foram registrados.

Leia a nota da SES na íntegra:

“Sobre o Caso suspeito de Coronavírus, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, informa:

Em 21/01/2020 foi identificada na UPA Centro Sul de Belo Horizonte uma paciente, brasileira, de 35 anos, proveniente da China (esteve em Shangai) e que desembarcou em Belo Horizonte no dia 18/01, com sintomas respiratórios, compatíveis com doença respiratória viral aguda.

O caso foi notificado como suspeito. Tendo em vista o contexto epidemiológico atual do país onde a paciente esteve, foi considerada a hipótese de doença causada pelo novo Coronavírus, que é microorganismo de alerta sanitário internacional, considerando o potencial pandêmico com alto risco à vida e impacto assistencial.

Apesar de não apresentar qualquer sinal indicativo de gravidade clínica, a paciente foi conduzida rapidamente para o HEM para observação cuidadosa em ambiente hospitalar. O Hospital Eduardo de Menezes (HEM) foi prontamente acionado pelo CIEVS-MG e CIEVS-BH e se organizou em poucos minutos para receber a paciente. Todas as medidas assistenciais para redução de risco de transmissão foram tomadas.

Conforme informações que foram repassadas pela paciente ao CIEVS BH, a mesma relatou que não esteve na região de Wunhan e que também não teve contato com pessoa sintomática na China.

Os exames capazes de confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica encontram-se em andamento em laboratórios de referência.

O HEM é referência estadual para o atendimento de doenças infectocontagiosas, emergências em saúde pública e atenção aos agravos de interesse sanitário e que para esses casos é necessária resposta rápida e qualificada, com isolamento em área específica e monitoramento clínico cuidadoso e de resultados de exames.

Alerta regionais – A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que no dia 20/01/2020, a Organização Pan Americana de Saúde (OPS) emitiu o Alerta Novo Corononavírus. De acordo com o documento, diante da situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde (OPS) orientam os Estados Membros a fortalecerem as atividades de vigilância para detectar qualquer evento incomum de saúde respiratória.

A SES-MG emitiu o alerta para as unidades regionais de saúde, que repassarão a orientação da OMS e da OPAS aos municípios mineiros.

Mais informações em:

20 de enero de 2020: Nuevo coronavirus (nCoV) – Actualización Epidemiológica

Alerta Epidemiológica Nuevo coronavirus (nCoV)

Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Segundo informações divulgadas pelo Centro de Controle de Doenças Americado – CDC e Organização Mundial da Saúde – WHO, as autoridades chinesas relataram que um novo coronavírus (nCoV) foi identificado no país. Atualmente são 300 casos confirmados na China.

No dia 21 de janeiro de 2020 foi identificado o primeiro caso nos EUA. Também já foram identificados casos em outros países (Japão, Tailândia, Coreia do Sul), todos os casos identificados foram de pessoas que estiveram na região de transmissão.

A geolocalização do dos infectados pelo coronavírus.  — Foto: Arte/G1

A geolocalização do dos infectados pelo coronavírus. — Foto: Arte/G1

Compartilhe

Facebook
Twitter
WhatsApp