O dólar opera em alta nesta quinta-feira (20), após bater novo recorde nominal de fechamento na véspera.
Às 9h04, a moeda norte-americana era vendida a R$ 4,3808, em alta de 0,36%. Na maior cotação até o momento, chegou a R$ 4,3858 – renovando a maior cotação intradia. Veja mais cotações.
Na quarta, o dólar subiu 0,19%, para R$ 4,3650, renovando sua máxima de fechamento um dia após o presidente do Banco Central dizer que está tranquilo em relação ao câmbio e com os investidores atentos ao noticiário do coronavírus.
Na parcial do mês, o dólar acumula alta de 1,87%. No ano, o avanço é de 8,86%.
O que explica as altas recentes
Além das preocupações sobre o impacto do coronavírus na economia global, o dólar mais valorizado nas últimas semanas também tem refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira e andamento das reformas.
Diversas instituições financeiras têm revisado para baixo suas perspectivas para o crescimento econômico em 2020 na esteira da disseminação do novo coronavírus e da percepção de uma lentidão um pouco maior que o esperado no ritmo de crescimento neste início de ano.
O mercado brasileiro reduziu para 2,23% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento de, no máximo 2%.
“Com a dinâmica de crescimento no foco, parece que estamos migrando para uma faixa de dólar entre R$ 4,25 e R$ 4,50”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos, ao Valor Online. Ele aponta que a moeda americana deve operar nesse nível por algum tempo.
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu ainda mais o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso também contribui para uma maior desvalorização do real ante o dólar.
Campos Neto diz que BC está tranquilo sobre câmbio
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta terça-feira que o câmbio no país é flutuante e que o BC está tranquilo sobre o tema, mas destacou que a autoridade monetária pode fazer intervenções em caso de problemas de liquidez ou se for identificado movimento “exagerado” no mercado cambial.
“Nós estamos tranquilos. Obviamente, sempre que identificarmos um movimento de falta de liquidez, um movimento exagerado ou que Brasil está se descolando dos seus pares ou que começou a influenciar a expectativa de inflação, aí o Banco Central pode fazer uma intervenção” como a feita recentemente, disse.
O BC vendeu um total de 2 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional em ofertas líquidas desses ativos entre quinta e sexta-feira da semana passada.
Por G1