Foram mais de 21 edições que rodaram as sete regiões e os dois distritos de Campo Grande, num projeto sistemático, que envolveu as comunidades, os artistas locais e os moradores no Arte no Meu Bairro. O projeto encerra as atividades neste sábado (14), no Bairro Moreninhas II, com cerca de 30 mil pessoas impactadas diretamente e mais de 95 grupos, bandas e cantores credenciados.
Previsto por meio de uma emenda parlamentar, do então deputado federal Luiz Henrique Mandetta, a Prefeitura de Campo Grande e a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), por meio de convênio do Ministério da Cidadania, do Governo Federal, pode promover o fomento da cadeia artística com o edital do projeto, que acabou por realizar shows musicais de artistas com renome artístico, assim como músicos e grupos que estão dando os primeiros passos dentro do segmento.
Para o músico Calilo, do Só Por Elas, o Arte no Meu Bairro foi extremamente importante pelo incentivo aos músicos. “Pude divulgar meu trabalho nesse projeto tão bonito, que abraçou todos os artistas do segmento musical independente de seu estilo de repertório”, conta.
Com 14 anos de história, o grupo Laço de Ouro traz a perspectiva a respeito de retomar as apresentações nos bairros periféricos da Capital. “Começamos nossa história enquanto Laço de Ouro nos bairros, tocando para poucas pessoas. Conforme fomos nos profissionalizando, o grupo naturalmente migrou para espaços mais centrais, com contratações de casas de show, shows fora do Estado e até no exterior”, pontua o músico Agnaldo Freitas.
Ele completa: posso dizer que o sentimento de carinho da população nos bairros foi nostálgico. Sentimos mesmo que esse projeto foi bom para os músicos regionais e para as regiões da Capital pois levou alegria e descontração.
A secretária municipal de Cultura e Turismo, Melissa Tamaciro, relembra a movimentação que a gestão realizou para poder sensibilizar a cadeia artística de Campo Grande. “Foi um grande processo de sensibilização da classe artística para as inúmeras edições do Arte no Meu Bairro. Este projeto tem um modo de fazer muito especial e diferente: a arte é quem vai ao público uma vez que artista e palco estão bem ali na vizinhança de cada morador da cidade. É um novo modo de pensar na cultura permeada para toda a população”, explica ela.
Nilda Mary dos Santos Lima, gerente de identidade cultural da Sectur e coordenadora do projeto, explica que o trabalho de sensibilização das regiões acontecia diretamente com as lideranças, clubes e associações locais, o que possibilitou que outros segmentos, como a gastronomia, dança, artesanato e arte manual também marcassem presença nas edições do Arte no Meu Bairro.
“A palavra que melhor descreve a oportunidade destes pequenos artesãos, trabalhadores manuais e cozinheiros de estarem vendendo seus produtos do lado de casa para os vizinhos, mostrando seu trabalho, é valorização. Conheci trabalhos belíssimos feitos na periferia da nossa Capital, de crianças que fazem tererê nos cabelos, até jovens que cozinham deliciosas saltenhas, e o projeto possibilitou a visibilidade destes talentos”, diz Nilda.
Última edição acontece no dia 14 de março
Neste sábado (14), o Arte no Meu Bairro acontece na Rua Barueri esquina com a Rua Anacá, no bairro Moreninhas II, a partir das 17 horas, e conta com apresentações de Rapha lanziani, Grupo Zingaro, Kauan Araujo, Só por Elas, Karlos Antunes e Grupo Fascínio.
A expectativa de estar encerrando esse grande projeto para o presidente da localidade, Zimer Velasques Ferreira, é extremamente positiva. “A população da Moreninhas e do Nova Conquista se sentem lisonjeados de serem lembrados pelo Arte no Meu Bairro. Não temos tantas opções de lazer por aqui então, com certeza, será uma noite especial”, finaliza.