Campo Grande, 25 de abril de 2024

Autoridades de Wuhan, epicentro da pandemia de Covid-19 na China, orientam a ficar em casa e pedem vigilância

A principal autoridade da cidade chinesa de Wuhan, epicentro da pandemia do novo coronavírus, pediu aos moradores que se mantenham vigilantes e evitem sair de casa. A recomendação acontece após um relaxamento das estritas regras de isolamento que impediam os 11 milhões de habitantes saíssem de casa desde 23 de janeiro.

A ameaça de uma reincidência no município continua alta, disse Wang Zhonglin, chefe do Partido Comunista local, ordenando aos moradores que só saiam de casa se for necessário.

O alerta é dado apesar de os dados mais recentes mostrarem uma diminuição de casos novos no território da China continental e nenhuma infecção nova na cidade, que é a capital da província de Hubei, e que foi a mais atingida pelo novo vírus, com mais de 50 mil casos relatados de infecção pelo Sars-Cov-2.

Pessoa com traje de proteção caminha em uma rua em Wuhan, na China, nesta sexta-feira (3)  — Foto: Hector Retamal / AFP

Pessoa com traje de proteção caminha em uma rua em Wuhan, na China, nesta sexta-feira (3) — Foto: Hector Retamal / AFP

As restrições de circulação em Wuhan estão sendo retiradas aos poucos e as barreiras de plástico amarelo, ou azul, permanecem – um sinal de que a normalidade ainda não foi recuperada. Voluntários com traje anticontaminação têm espalhado desinfetante pela cidade. A partir de quarta-feira (8), as autoridades devem permitir que as pessoas viajem para fora do município.

Na quarta-feira (1º), a China anunciou pela primeira vez que o número de casos assintomáticos da Covid-19. O país se empenha em identificar esses casos, porque, mesmo sem tosse ou febre, eles são transmissores do vírus.

Trabalhador com máscara puxa um carrinho com mercadorias em rua comercial de Wuhan, na China, nesta sexta-feira (3) — Foto: Noel Celis / AFP

Trabalhador com máscara puxa um carrinho com mercadorias em rua comercial de Wuhan, na China, nesta sexta-feira (3) — Foto: Noel Celis / AFP

Pequim também proibiu a entrada de estrangeiros por tempo indeterminado para conter os caso de viajantes do exterior, mas delineou planos para trazer de volta cidadãos em países com surtos graves da doença.

Nesta sexta, a Comissão Nacional de Saúde da China relatou 31 casos novos, uma redução dramática em relação ao pico de fevereiro. Com exceção de dois casos, todos envolvem viajantes do exterior.

O total de infecções na China continental já supera 82,5 mil e o número de mortos passa de 3,3 mil, segundo a universidade americana Johns Hopkins. Mundialmente, já são mais de um milhão de casos e 52 mil mortes.

Mais de 700 mil casos evitados

Um estudo de pesquisadores de China, Estados Unidos e Reino Unido, divulgado pela revista “Science”, indica que as medidas drásticas tomadas pela China nos primeiros 50 dias da epidemia permitiu que houvesse um tempo valioso para outras cidades do país se preparassem.

No dia 50 da epidemia – 19 de fevereiro – existiam 30 mil casos confirmados na China, disse um dos autores do estudo, Christopher Dye, da Universidade de Oxford.

“Nossa análise sugere que sem a restrição de viagens sobre Wuhan e a resposta de emergência nacional, teria havido mais de 700 mil casos confirmados da Covid-19 fora de Wuhan até essa data”, disse em comunicado.

Por G1

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