Visivelmente abatido com a derrota para o rival, o técnico do Fortaleza, Rogério Ceni, ressaltou os méritos defensivos do oponente, enalteceu os pontos positivos da atuação do Tricolor em campo, mas lamentou sequência apertada de jogos para o elenco enxuto à disposição. O Leão foi eliminado da Copa do Nordeste e deu adeus à chance do bicampeonato na competição depois de sofrer derrota por 1 a 0 para o Ceará na semifinal, nesta terça-feira (28), no Pituaçu.
– A sequência cansa, pode haver lesões. Nosso elenco é enxuto. Tivemos pouquíssimas oportunidades, as três que tivemos, fizemos. Mas as opções são poucas. Tentamos criar o jogo, mas o Ceará conseguiu se defender muito bem e contra-atacou – disse Ceni.
Na análise do técnico, a reação defensiva do rival, aliada à falta de efetividade da equipe tricolor em infiltrar e levar perigo ao adversário anularam chances de triunfo. O Ceará avançou à final do certame com gol de cabeça marcado pelo zagueiro Klaus aos 23 minutos do primeiro tempo.
– Nós rodamos bem a bola, conseguimos ter saída de jogo. Mas não conseguimos jogo por dentro. A melhor coisa que aproveitamos foram as inversões, mas não conseguimos infiltrar. A gente vem nos últimos dois jogos encontrando dificuldades em jogar por dentro, em vencer os duelos, principalmente com os quatro jogadores nossos que têm essa característica: Osvaldo, Yuri, Romarinho e David – analisou Ceni.
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Rogério Ceni, técnico do Fortaleza, comenta derrota na Copa do Nordeste — Foto: Reprodução/TV Leão
“Já conversamos com o presidente”
A problemática é antiga e pode soar repetitiva, mas a carência de peças no elenco ainda é uma das maiores deficiências para o Fortaleza na percepção de Ceni. O técnico destacou uma maior necessidade de contratar, principalmente, um atacante velocista e um meia armador.
– Já conversamos com o presidente. Precisamos de mais um jogador nessa posição de velocidade, que tenha a mesma função do Osvaldo, do Yuri, do Romário e do David pra gente poder trocar mais, começar mais forte e ter mais volume de jogo no segundo tempo. Precisamos achar também alguma peça de criação. A situação é complicada, é difícil. Nós já passamos 20 nomes, mas são jogadores caros ou inviáveis que não fazem parte da nossa realidade – declarou Ceni.
Confira outros pontos da entrevista
Escalação inicial sem centroavante
– É um time que roda bastante porque tem jogos muito seguidos. Wellington já não é mais um garoto, já tinha jogado o último jogo. Se eu começo com ele e com Romarinho, com o time que vem jogando sempre, eu não teria as trocas para fazer. Eu imaginava que o jogo seria decidido pro final, por isso segurei Romário e Yuri (César).
Escolhas para o Clássico-Rei
– A escolha foi feita baseada na parte física. Além do quê, contra o Independiente, quando jogamos sem o Wellington, o time teve ótimas oportunidades. Hoje o jogo foi mais truncado, não conseguimos vencer os duelos 1 contra 1, isso que dificultou bastante.
Postura em campo
– Propusemos o jogo o tempo todo. Se teve uma equipe que jogou em função do ataque foi o Fortaleza.
Eliminação da Copa do Nordeste
– Com todas as dificuldades que a gente tem, a gente queria estar na final pela segunda vez seguida. Nós batemos campeões no ano passado, chegamos à semifinal esse ano e perdemos num jogo muito parelho. Numa bola parada perdemos essa partida.
Por Davi César — Fortaleza, CE