Centenas de torcedores do Nacional-URU se despediram pela última vez de Santiago “Morro” García, ex-atacante e ídolo do clube, encontrado morto no último sábado, em Mendoza, na Argentina. Os fãs se aglomeraram no cortejo fúnebre do jogador, em frente à sede da equipe uruguaia, em Montevidéu.
O Nacional requisitou às autoridades sanitárias da capital uruguaia para que fizesse um velório no estádio Parque Central. No entanto, o pedido foi negado. Para haver uma última despedida com a torcida, o carro funerário passou em frente à sede do clube, na avenida 8 de octubre.
Por alguns minutos, torcedores gritaram, cantaram, choraram, mostraram cartazes e faixas em homenagem a Morro García, que surgiu no Nacional em 2009 e atuou em 119 partidas com a equipe do gigante uruguaio.
Morro foi enterrado no início da tarde desta terça, no Parque Los Fresnos de Carrasco, em Montevidéu. Alguns torcedores também foram à entrada do cemitério para homenagear o atacante.
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Torcedores do Nacional-URU cercam carro fúnebre em cortejo do corpo de Morro García, em Montevidéu — Foto: Divulgação/Nacional
Morro García tinha 30 anos e foi encontrado morto no último sábado, no seu apartamento em Mendoza, onde vivia desde 2016, quando chegou ao Godoy Cruz. O corpo do jogador foi achado com uma arma ao seu lado e um tiro na cabeça. A polícia considera que foi um suicídio.
O Godoy Cruz anunciou que vai aposentar a camisa 18 em homenagem ao seu ex-jogador. Ele é o maior artilheiro do time no Campeonato Argentino, com 50 gols em 118 partidas, e segundo na estatística histórica da equipe.
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Torcedores do Nacional-URU cercam carro fúnebre em cortejo do corpo de Morro García, em Montevidéu — Foto: Raúl Martínez/EFE
Morro tinha testado positivo para covid-19 em 22 de janeiro passado. Desde então, cumpria isolamento até de seus familiares. De acordo com autoridades locais, o jogador passava por tratamento psiquiátrico.
Seu último post nas redes sociais foi justamente em 21 de janeiro. Deixou uma mensagem de consciência tranquila em relação a sua vida.
– Desde o primeiro dia até o último agradecido e com tranquilidade que posso olhar na cara de TODOS.
A carreira de Morro
Santiago “Morro” García começou a carreira no Nacional-URU e, em 2011, chegou a ser a maior contratação do Athletico-PR, quando saiu da equipe de Montevidéu por R$ 7,66 milhões. Fez dois gols em vitória sobre o Botafogo, mas disputou apenas 16 jogos em um ano pelo clube.
Em outubro daquele ano, o resultado de um exame médico realizado pelo jogador ainda nos tempos de Nacional-URU apontou uso de cocaína. Porém, como o laboratório não era reconhecido pela Fifa, ele não foi afastado. Com a mudança da diretoria rubro-negra na virada do ano e sob novo comando técnico, foi barrado, afastado e teve o contrato rescindido.
Foi, então, para o Kasimpasa, da Turquia, pois precisava cumprir dois anos de suspensão no futebol de seu país por causa do uso da droga. No ano seguinte, voltou para sua terra natal.
Em 2014, Morro García foi preso com outros jogadores por causa de uma briga no clássico entre Nacional e Peñarol. Passaram a noite na delegacia, foram punidos com três meses de suspensão e proibidos de sair do Uruguai durante seis meses. Em partidas fora do país pela Copa Libertadores, precisavam pagar fiança.
Depois desse episódio, Morro García passou pelo River Plate, do Uruguai. Jogava de graça por opção. Enfrentava problemas para manter o peso e gostava que ninguém o cobrava por isso no clube que ficava perto de sua casa.
Em 2016, foi para o Godoy Cruz. Dois anos depois, quando foi artilheiro do Campeonato Argentino na campanha do vice-campeonato do time, atrás apenas do Boca Juniors, chegou a desabafar sobre as cobranças em torno de um jogador de futebol:
– Quando me obrigaram a perder peso, aqui na Argentina, eu sofri muito porque não me sentia forte e ágil. Tive que sair do time. (…) Quem me conhece sabe como é o meu físico. Sou grandalhão e bundudo mesmo – disse na época.
Em 2019, fez dois gols pelo Godoy Cruz sobre o Palmeiras, no empate por 2 a 2 pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.
Por Redação do ge — Montevidéu