O técnico Vagner Mancini admitiu que, apesar da quarta vitória consecutiva, o Corinthians teve dificuldades e apresentou problemas táticos na vitória sobre o Mirassol por 1 a 0, nesta terça-feira, em Volta Redonda.
O Corinthians teve quase metade das finalizações do Mirassol (12 x 22), ficou com menos posse de bola durante toda a partida e foi salvo pelo goleiro Cássio, que defendeu um pênalti nos acréscimos do segundo tempo.
Em entrevista coletiva após a partida, Vagner Mancini analisou a atuação do Corinthians:
– Em primeiro lugar, não acho que o meio de campo do Corinthians foi frouxo, mas tivemos dificuldade na partida, isso é verdade. Enfrentamos uma equipe que jogou bem, valorizou, uma equipe muito bem montada e dirigida. Em determinados momentos, tivemos uma perda de pressão, de ordem tática, mais no início do jogo. Na segunda etapa, a equipe foi mais atuante, marcou, e as substituições hoje eu reconheço que, a partir dos 25 minutos do segundo tempo, nossa equipe perdeu um pouco de rendimento a partir do momento que foram feitas as trocas. Os jogadores acabaram não entrando da forma que estavam aqueles que vinham jogando, isso acabou pesando.
Vagner Mancini em entrevista coletiva após Mirassol x Corinthians — Foto: Reprodução
Apesar da promessa de dar mais chance aos jogadores formados na base nesta temporada, Mancini mais uma vez escalou apenas o atacante Rodrigo Varanda como titular dentre os jovens.
– Chances estão sendo dadas. Não posso fazer a entrada de vários garotos de uma vez porque eles vão sentir dificuldades. Hoje, vi o Cauê com dificuldades. Estamos tentando ao longo desse tempo amadurecer os jogadores. Entram, fazem parte. Vou citar o exemplo do Rodrigo que oscilou nos últimos jogos. Hoje fez um bom jogo, mas ainda distante do que pode realizar no começo, depois se recuperando. Quando você vence jogo difícil, mostra que a estratégia foi certa. Muita gente pode me questionar pela entrada de A, B ou C, mas faz parte do futebol, do dia a dia. Nós que vemos os atletas. Eu imaginava um jogo intenso. Se eu entro com meio campo frágil na marcação, teríamos sofrido mais do que sofreu. Fomos competitivos, melhoramos na segunda etapa. Chute do Ramiro na trave. Mirassol também teve. Fizemos gol, vencemos a partida e a escolha por esses atletas foi correta – opinou o treinador.
Jogadores do Corinthians antes de jogo contra o Mirassol — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
O Corinthians volta a campo na próxima sexta-feira, quando enfrenta o Retrô, às 21h30, pela segunda fase da Copa do Brasil. A partida será disputada em Saquarema, no Rio de Janeiro.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Mancini:
Otero
– Vi o Otero hoje extremamente competitivo. A opção de se montar um meio de campo mais marcador é porque sabíamos que o jogo seria complicado em virtude de tudo aquilo que o Mirassol mostrou nas últimas partidas e também pelo momento, pelas viagens, tudo aquilo que está acontecendo e também pelo bom futebol que foi visto por esses atletas diante do Salgueiro. Achei que, dessa forma, a gente teria a manutenção da equipe que venceu bem mesmo jogando fora de casa, o que aconteceu hoje novamente.
– Temos o hábito de conversar muito com todos os atletas. Ele foi meu atleta no Atlético, falo muito com ele. Ele vem extremamente dedicado nos treinos, batendo faltas. Não tem acontecido nos jogos os gols, a gente lamenta. Tenho tentado tirar dele o máximo, desloquei para jogar no meio. Ele é competitivo. Tem contribuído muito, mas está distante do Otero que nós sabemos que ele é capaz de fazer.
Jô
– Sou prova de que ele tem tentado muito melhorar, e ele tem melhorado. Nesses últimos jogos ele tem feito melhores jogos do que antes. Hoje, inclusive, fez um bom jogo. Segurou, ganhou bola no alto, tentou se movimentar, mas ainda distante daquele Jô que todos nós sabemos que ele pode ser. É fundamental que a gente entenda o que está acontecendo e dê para ele uma possibilidade de melhora gradual pra que a gente tenha aquele atleta que nós sabemos que ele pode ser, decidindo partidas e fazendo gols. Hoje ele foi fundamental não só nas jogadas aéreas, como também prendeu muitas vezes os dois zagueiros, segurou a bola, esperou os meias e extremos subirem. Hoje ele teve excelente participação e, depois da sua saída, a gente sentiu um pouquinho porque ele vinha dominando aquele setor.
Jogo no pior momento da pandemia
– Nós sabemos como foi difícil sair de São Paulo e chegar aqui, mas também foi pelo lado do Mirassol. Não pode ser usado como muleta, é preciso montar estratégia. Muito em cima do que está acontecendo no país, estamos sensibilizados. Mas temos que entrar em campo para mostrar nosso valor com afinco. Vitória veio como prêmio diante da dificuldade da partida e de todo o momento vivido.
Bruno Méndez
– Jemerson não fez bom jogo, assim como outros jogadores. Na parte tática, tivemos dificuldade. E essa mesma parte tática nos deu superioridade em alguns momentos do jogo. Tivemos jogo complicado. É importante ajustar com vitória. Jemerson faz parte de uma defesa que vem se solidificando e não toma gols. Individualmente, um ou outro do quarteto vai oscilar. Isso é normal. Dentro dessa oscilação, esperamos a recuperação do atleta e que a gente não tome gols. Acontece com todo mundo. Qualquer um deles se estiver baixando em rendimento, temos Bruno, João Victor e Raul que podem entrar a qualquer momento no time.
Cazares
– Vocês mesmos viram o jogo com uma intensidade muito grande, o Mirassol e o Corinthians jogaram de uma forma que as duas equipes acabaram sofrendo defensivamente, porque houve dos dois lados ataques e contra-ataques de forma eficiente. Nós tivemos vários lances assim na segunda etapa, o Mirassol teve no primeiro e no segundo tempo, o que mostra que a opção em se montar uma equipe diferente é em função disso, ter o atleta preparado para aquilo que a gente espera do jogo, são estratégias que são montadas. O Cazares, a meu ver, não está na forma física ideal dele. Após a última lesão, ele voltou e tem sentido um pouquinho de dificuldades, assim como outros atletas por característica também eu acabei deixando de fora, porque sabia que ia enfrentar uma equipe de imposição, de volume, uma equipe que tem uma intensidade boa de jogo, que deixa espaços também, mas que exige que você tenha uma marcação e uma agressividade em todos os momentos.
Por Ana Canhedo, Bruno Cassucci e Marcelo Braga — São Paulo