Campo Grande, 9 de dezembro de 2024

Boliviano entra com nova ação, cita caso Caboclo e pede suspensão do VAR na Copa América

O engenheiro boliviano Fernando Mendez Rivero entrou com nova ação na Justiça do Rio de Janeiro na última sexta-feira. Ele pede, novamente, a suspensão da utilização do árbitro de vídeo em todas as partidas do território nacional – o que inclui a Copa América realizada no Brasil até o dia 10 de julho.

No novo processo, Rivero cita os mais novos escândalos da CBF – da acusação de assédio moral e sexual do presidente afastado Rogério Caboclo – e lembra que “de 2012 para cá, a Requerida (CBF) obteve afastamento de quatro comandantes por condutas infratoras.”

Trecho da ação de boliviano diz que CBF registrou marca do VAR no Instituto Nacional de Propriedade Industrial — Foto: Reprodução

Trecho da ação de boliviano diz que CBF registrou marca do VAR no Instituto Nacional de Propriedade Industrial — Foto: Reprodução

– Desde atos de corrupção, por exemplo Ricardo Teixeira (mandatário da entidade entre 1989 e 2012) que possui mandados de prisão pela justiça dos Estados Unidos da América e da Espanha, até caso de assédio sexual e moral, conforme as recentes notícias de que o presidente da Requerida, Rogério Cabloco, fora acusado – diz um trecho da nova ação do engenheiro boliviano.

A luta de Rivero contra a CBF começou em 2019, quando o boliviano pedia que a entidade brasileira apresentasse o registro da criação do VAR, pois a entidade dizia que era “pioneira no envio do projeto do VAR à FIFA” e que “o sistema se desenvolveu a partir da ideia do brasileiro Manoel Serapião Filho, que sugeriu o uso da tecnologia como auxílio à arbitragem há mais de 20 anos”.

Em publicações no próprio site, a CBF anunciava Serapião, diretor de arbitragem da Escola Nacional de Arbitragem, como “autor do projeto base” do VAR.

Manoel Serapião Filho em teste do árbitro de vídeo na Suíça — Foto: Divulgação/CBF

Manoel Serapião Filho em teste do árbitro de vídeo na Suíça — Foto: Divulgação/CBF

Ação para conclusão

 

Na Justiça há dois anos, Rivero, representado pelos advogados Lincoln Souza e Marcelo Pretto, entregou documentação referente ao seu projeto e acusou a CBF – e a Fifa – de usar cópia do sistema que desenhou. A ação já foi distribuída e está para conclusão ao juiz na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Ele pede o reconhecimento de que foi inventor da ferramenta, a suspensão do uso do VAR em todo o território nacional imediatamente – o que inclui a Copa América, que termina dia 10 de julho -, além de indenização a ser calculada pela quantidade de vezes em que o sistema foi usado no futebol brasileiro – com estimativa de R$ 60 mil por partida pelo custo da ferramenta.

A CBF não se manifestou sobre o tema. Na defesa da ação original, os advogados da entidade do futebol brasileiro diziam que o pedido anterior de Rivero – pela “produção antecipada de provas” – seria irregular e que a ação “não passava de aventura jurídica”. A CBF pedia que o processo devia ser encerrado e arquivado.

“Nenhum dos funcionários da CBF é o autor do VAR, que, como um novo conjunto de regras do futebol, é de responsabilidade da IFAB, a organização cuja função é editar as regras do futebol. Embora o Sr. Manoel Serapião, ex-árbitro e funcionário da CBF, tenha sido um importante entusiasta do uso da tecnologia no futebol, não foi ele quem desenvolveu as regras de implementação do Árbitro de Vídeo (VAR)“, diz um trecho da defesa apresentada em janeiro.

Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro

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