Campo Grande, 29 de março de 2024

Revanche pessoal: Pelo Atlético-MG, Nacho tenta ‘vingar choro’ de trauma para o Palmeiras na Libertadores

São Paulo, Allianz Parque, 12 de janeiro de 2021. O árbitro uruguaio Esteban Ostojich acabara de apitar o fim de Palmeiras 0 x 2 River Plate, resultado que classificou o time paulista à final da última Libertadores. Com a cabeça baixa e as mãos no rosto, Nacho Fernández caminha de um lado para o outro, incrédulo e sem direção. Até que encontra Marcelo Gallardo e, num longo abraço, desaba em choro. Esta é a última imagem em campo do hoje meia do Atlético-MG com a camisa do River.

Nesta terça-feira, mais de 250 dias depois daquele 12 de janeiro, Nacho volta a pisar no gramado do mesmo estádio, exatamente na mesma fase da Libertadores. É a chance de vingar a experiência traumática do passado. Galo e Palmeiras iniciam o duelo de semifinal às 21h30 (de Brasília).

Mesmo vencendo aquela partida no Brasil, o River acabou eliminado por ter sido derrotado na Argentina, por 3 a 0. Uma doída eliminação que impediu o time argentino de chegar à terceira final seguida de Libertadores, e marcou a última partida de Nacho pela equipe que mais representou na carreira.

O choro desconsolado ao apito final daquele jogo foi interpretado por muitos como um sinal de despedida. Mas em uma entrevista ao portal TyC Sports, em fevereiro, Nacho negou que, à aquela altura, já soubesse da negociação com o Galo.

– Não pensava em uma despedida, porque não havia oferta. Merecíamos passar, estava amargado pela forma como tudo aconteceu e desabei com Marcelo.

 

Nacho revoltado com derrota para o Palmeiras no jogo de ida da Libertadores de 2020 — Foto: Reuters

Nacho revoltado com derrota para o Palmeiras no jogo de ida da Libertadores de 2020 — Foto: Reuters

– Perdemos a série na Argentina. Não conseguimos aproveitar várias situações e cometemos erros que não costumávamos cometer naquela instância – completou.

Nacho vestiu a camisa do River Plate em 183 oportunidades, entre 2016 e 2020. Pelos Miliionarios, o ‘El cerebro’ (como era chamado) conquistou uma Libertadores, duas Recopas, três Copas da Argentina e uma Supercopa local. Era peça-chave do técnico Marcelo Gallardo, e chegou a ser considerado por Diego Maradona o “melhor jogador do futebol argentino”.

Nacho campeão da Libertadores com o River Plate, em 2018 — Foto: Divulgação/River Plate

Nacho campeão da Libertadores com o River Plate, em 2018 — Foto: Divulgação/River Plate

Pouco mais de um mês após aquele episódio, Nacho foi anunciado como um dos grandes reforços do Galo para a temporada, em um negócio de US$ 6 milhões (sem contar impostos). Titular absoluto com Cuca, ele é, ao lado de Hulk, um dos principais responsáveis pela temporada até aqui perfeita do time mineiro.

Líder do Campeonato Brasileiro, semifinalista da Copa do Brasil e da Libertadores. Para chegar a esta fase do torneio continental, inclusive, Nacho precisou eliminar o próprio River nas quartas de final, com direito a gol da vitória no Monumental de Nuñez, na Argentina.

Hulk e Nacho comemoram o gol da vitória contra o River  — Foto: Conmebol

Hulk e Nacho comemoram o gol da vitória contra o River — Foto: Conmebol

– Foi muito especial voltar ao Monumental. Nunca havia jogado lá com outra camisa. Tenho muitos amigos, um carinho muito grande pelo clube. Passei anos muito bons lá. Eu e minha família temos um carinho muito grande, e sempre estaremos agradecidos ao River por tudo o que nos deu. Mas agora estou muito agradecido ao Atlético pela oportunidade de jogar aqui, e estou 100% focado nisso – destacou Nacho.

Expulso após o marcar da vitória por 1 a 0 do Galo sobre o River, no jogo de ida das quartas de final, Nacho não participou do show no duelo de volta, quando o Atlético atropelou (3 a 0). Aliás, ele chegou a correr risco de não poder atuar contra o Palmeiras. Foi julgado pela expulsão, mas não recebeu um gancho maior.

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