Caras novas na Seleção, Antony e Raphinha tiveram as estreias dos sonhos com a amarelinha na vitória por 3 a 1 sobre a Venezuela, de virada, nesta quinta-feira. Acionados no segundo tempo, eles foram decisivos para o Brasil manter os 100% de aproveitamento após nove jogos das Eliminatórias. O atacante do Ajax marcou um gol, enquanto o jogador do Leeds deu duas assistências e teve grande atuação.
Com apenas 21 anos, Antony festejou a noite mágica e explicou o que Tite lhe disse quando o colocou no lugar de Gabriel Jesus, aos 31 minutos da etapa final. Naquele momento, o jogo estava 1 a 1.
– Estou muito feliz, é um sonho realizado, ainda estou sem acreditar nisso. Quando entrei, o Tite pediu para eu começar aberto, e o Vinicius Júnior por dentro. Depois, ele mandou fazer essa troca, e eu assumir o meio, quando pegar a bola virar de frente. Com certeza, a fala dele foi importante para mim, quando saiu o gol eu estava por dentro na jogada. Queria agradecer ao professor e aos meus companheiros pela entrega. Nem nos meus maiores sonhos eu imaginaria estrear dessa forma pela seleção principal. Hoje vai ser difícil dormir, vou ficar pensando nesse dia, que é muito especial para mim, com certeza o dia mais feliz da minha vida – declarou o jogador, que foi revelado no São Paulo e ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Tóquio.
Raphinha, por sua vez, teve mais tempo em campo. Ele entrou no intervalo e mostrou muita personalidade. Além de aplicar bons dribles e dar algumas arrancadas, ele assumiu as cobranças de bolas paradas da Seleção. Foi assim, em um escanteio, que ele serviu Marquinhos no gol de empate. Depois, ele participou da jogada que originou o pênalti convertido por Gabigol e, nos acréscimos, deu assistência, desta vez para Antony.
– Acredito que a assistência vale a mesma coisa que um gol. Por ser um jogador de beirada, é lógico que gosto do gol, mas quando consigo fazer uma assistência para um companheiro eu fico muito feliz, é como se tivesse feito um gol. Fico feliz pela partida, pelo que consegui mostrar em campo e pela vitória, que mantém nossa invencibilidade, é muito importante – disse Raphinha, que tem 24 anos.
Raphinha e Antony se abraçam em comemoração de gol da Seleção — Foto: Lucas Figueiredo / CBF
O jogador do Leeds está de olho em uma oportunidade como titular e disse ter criado uma dúvida para o técnico da Seleção.
– Sem dúvida, é sempre bom fazer um bom jogo e botar a responsabilidade para cima do treinador, lógico que respeitando meus companheiros, que nesse caso é o Éverton (Ribeiro). Acredito que é uma dúvida para ele. Estou aí para mostrar meu trabalho, meu futebol, vai do professor agora decidir se é melhor eu jogar ou não – declarou.
Raphinha nunca atuou profissionalmente no Brasil. Quando jovem, ele passou pelo Imbituba, time pequeno de Santa Catarina, e pelo Avaí. Depois, jogou no Vitória de Guimarães e no Sporting, de Portugal, antes de ser vendido ao Rennes, da França, por 20 milhões de euros em 2019. Na temporada passada, ele foi comprado pelo Leeds, a pedido do técnico argentino Marcelo Bielsa.
O ponta chegou a ser convocado para as últimas três rodadas das Eliminatórias, mas não foi liberado pelo clube inglês para se apresentar. Antes, ele vinha no radar da seleção italiana, já que tem cidadania do país europeu.
– É um prazer estar aqui depois dessa bela partida, acredito que não só individualmente como coletivamente também fizemos um grande jogo. O Tite pediu para eu fazer o que venho fazendo no Leeds, o que me trouxe à Seleção, acredito que não desapontei nem a ele, nem meus companheiros, nem o torcedor brasileiro – comentou Raphinha, após a partida.