O Palmeiras enfim teve a produção ofensiva que o seu torcedor espera. A vitória por 2 a 1 sobre o Sport, nesta segunda-feira, foi suada, mas dessa vez ninguém pode reclamar de falta de criatividade e intensidade no ataque.
Foram 36 finalizações contra o gol do Sport, sendo que 15 delas acertaram a meta adversária. Esses números são o recorde do Brasileirão até agora neste quesito.
E eles não mentem. Não fosse o goleiro Mailson, o Palmeiras teria vencido com grande facilidade. Talvez até goleado, já que foram várias defesas difíceis.
E antes que alguém “desmereça” isso pelo fato do Sport estar na zona de rebaixamento, é bom ressaltar que, apesar da situação ruim, o Leão tem a segunda defesa menos vazada do Brasileirão, com 22 gols sofridos.
O técnico Abel Ferreira se mostrou muito satisfeito com o desempenho ofensivo da equipe.
– Hoje a equipe manteve essa ordem e disciplina, além de uma coisa que eu gosto muito, a intensidade. Futebol moderno é isso: intensidade, futebol vertical, de jogar para frente, de chutar 36 vezes. Hoje tivemos um adversário que se defende muito bem, mas cada jogo é uma história. Nós, com bola, temos que ser mais ofensivos, criar, chegar no último terço e fazer coisas, não só por ter a bola. E foi isso que fizemos – analisou.
O gol sofrido nos primeiros minutos colaborou para o desenho do jogo, já que a partir daí o Sport se retraiu totalmente e o Palmeiras passou a pressionar muito. Mas, diferentemente do que aconteceu em outras vezes, fez isso de forma organizada e consciente.
Os dois laterais avançaram muito e ajudaram nessa construção. Dudu, que começou na esquerda e depois foi para a ponta direita, também foi muito acionado e abriu espaços na defesa com jogadas individuais.
Porém, outro jogador de novo foi fundamental para a virada: Gustavo Scarpa. E cada vez mais parece que Abel Ferreira precisa encontrar uma forma de encaixá-lo no time.
O meia foi a campo na volta do intervalo e deixou o setor ofensivo mais organizado, além de ter dado mais dinâmica ao jogo, movimentando a bola e encontrando bons passes.
Gustavo Scarpa entrou bem mais uma vez e foi decisivo a favor do Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli
Ninguém no elenco tem a mesma qualidade que ele num fator decisivo: a bola parada, tão importante para quebrar retrancas, novamente foi letal nos pés de Gustavo Scarpa.
Os dois gols saíram em cobranças de escanteio perfeitas do camisa 14, que segue como o maior assistente do Brasileirão. E outras batidas levaram perigo.
Scarpa vinha sendo talvez o grande destaque do Palmeiras, mas perdeu espaço. Nos últimos jogos, mostrou que está voltando a ser uma peça importante. Bola parada, chutes de longe, precisão e dinâmica são algumas das características que ele traz ao time.
Sem contar que ele tem rendido bem mais do que alguns titulares, como Rony, por exemplo. Diante de todos esses fatores, me parece urgente que Abel encontre uma maneira de dar mais espaço ao jogador nas próximas partidas.
O jogo contra o Sport deixou uma ótima impressão. Apesar do gol sofrido logo no início, a defesa teve pouco trabalho, e o meio e o ataque conseguiram produzir muito.