A vitória de Julianna Peña contra Amanda Nunes, em dezembro, chocou o mundo. A americana finalizou a Leoa no segundo round e encerrou o longo reinado da brasileira no peso-galo (até 61kg) após cinco defesas de cinturão bem sucedidas na categoria. O resultado, no entanto, não chegou a surpreender seu treinador de jiu-jítsu, Luiz Cláudio Preto, faixa-preta de Rickson Gracie. Porém, apesar de reconhecer a capacidade da pupila, ele pediu “pés no chão” para a revanche entre elas, ainda sem data marcada. As atletas atualmente estão gravando o reality show “The Ultimate Fighter” como treinadoras, em Las Vegas (EUA).
– Tem a noite que é a sua noite e tudo dá certo. Às vezes você faz tudo certo e nada dá certo. Foi um conjunto de fatores. Nada é fácil, a Julianna vem treinando há muitos anos pra essa luta. Foi uma conquista que ela queria muito. É uma série de fatores, a Julianna treinou demais e uma coisa boa dela é que temos que ficar em cima pra ela parar de treinar, senão entra em “overtraining” e se machuca. Até falei: “Pelo amor de Deus, não pede revanche em uma semana, um mês não (risos)”. Nós vencemos, mas temos muita coisa pra consertar, existe espaço pra melhorar mais ainda porque a Amanda virá melhor do que veio. Uma coisa das mais importantes é ter pés no chão, humildade e ver que vencemos, mas que isso está no passado. Teve erros, vamos consertar. Se ver a luta, a Amanda acertou muito ela. Elas estavam se acertando ao mesmo tempo – afirmou Luiz Cláudio, ao Combate.com.
O brasileiro enalteceu a evolução de Peña ao longo dos anos e celebrou o fato de a luta ter terminado no solo, sua especialidade, mas acredita que na revanche terá pela frente a melhor versão possível de Amanda Nunes.
– A Amanda melhorou muito nos últimos anos, mas a Julianna tambem. Está trocando muito melhor, gás melhorou muito, várias coisas que melhoraram o camp dela. A gente sabia que a Amanda pegava as costas bem, muitas coisas que vimos nas lutas da Amanda e fomos nos preparando. Quando ela pegou as costas, a Julianna não estava desesperada, estava atacando. Isso foi muito maneiro. Sabia que ali a gente estava em casa. Levamos pro chão, finalizamos no jiu-jítsu, foi maravilhoso, mas se o alto dela não tivesse melhorado tanto… Pra essa revanche, acho que a Amanda vai vir melhor do que nunca. Ela vem com tudo pra pegar o cinturão dela de volta.
Empolgado com a realização da revanche após as gravações do TUF 30, o Luiz Cláudio acredita que o novo encontro entre Julianna Peña e Amanda Nunes vai entrar para a história do MMA.
– Eu acho que vai mover o mundo das lutas. Não tenho nem palavras. Vai ser uma coisa muito grande. Se a gente ganha, consolida que a Julianna é a campeã. Se ela perdesse o título pra Amanda, não deixaria de ter sido campeã, mérito dela. Mas obviamente que teria um gosto duplo de vitória (ganhar a revanche). Acho que consolidaria para essa massa de fãs que a Julianna é a próxima campeã. Vamos ver. Acho que será uma das maiores lutas que a gente já teve
Apesar de muitos fãs brasileiros terem lamentado a perda de um cinturão do país, Luiz Cláudio afirmou que o título de Peña também é um pouco do Brasil e que a americana, inclusive, arranha algumas coisas em português.
– Ela ama o Brasil. Já fala em português algumas coisas e ama. A Julianna é como se fosse minha filha, ela ama o Brasil, ama a galera da nossa academia no Brasil, a LCCT, geral se amarra nela. Esse título tem sim um pedacinho do Brasil. Outra coisa maneira é que, quando acabou a luta, fomos lá pra trás, aquela choradeira, aí liguei pro Rickson (Gracie), botei pra falar com ela. Ela chorou, agradeceu o Rickson: “Muito obrigado de ter um faixa-preta teu comigo”. Foi um momento muito maneiro profissionalmente. Fazer um atleta campeão me demorou 10 anos. Faço jiu-jítsu há 30 anos, sou faixa-preta do Rickson, e me demorou 10 anos pra ter um atleta campeão – concluiu.
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UFC Makhachev x Green. Duelo de pesos-leves de olho na disputa de cinturão você só vê no Combate! — Foto: Infoesporte
