Um dos maiores esportistas de todos os tempos, o tenista Roger Federer terá seu nome associado aos de Rafael Nadal e Novak Djokovic para sempre. Batalhas épicas nas quadras mais tradicionais do mundo marcaram as duas primeiras décadas do século XXI. Mas, afinal, quem foi o maior rival do suíço, que anunciou sua aposentadoria após a Laver Cup, na próxima semana?
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Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic — Foto: Infoesporte
Federer teve Djokovic pela frente mais vezes no geral, mas os duelos contra Nadal foram mais numerosos em Grand Slams. O espanhol decidiu mais títulos contra o suíço durante a carreira e também se forem considerados apenas os quatro maiores torneios do circuito. Federer não leva vantagem nos totais, mas os números frios contam apenas parte da história (veja abaixo).
Cinco anos mais novo (41 a 36), Nadal foi dominante no início da história do confronto. Do primeiro encontro pelo circuito profissional, no Masters 1000 de Miami em 2004, até o Australian Open de 2009, foram 13 vitórias do Touro Miúra em 19 jogos. O período incluiu três títulos seguidos de Nadal sobre Federer em Roland Garros e um em Wimbledon, em 2008 – Roger vinha de cinco troféus seguidos na grama sagrada (2003 a 2007).
Dentre todas as batalhas inesquecíveis entre os dois, esta tem bons argumentos para ser considerada a maior. Nadal venceu os dois primeiros sets por 6-4. Federer levou o terceiro por 7-6 (5) e salvou dois match points no tiebreak do quarto para fazer 10-8. O set decisivo terminou com 9-7 para Nadal, após 4h48 de maratona – sem contar as diversas paralisações pela chuva. Anos depois, o espanhol revelou que atuou à base de anestesia injetada no pé.
Nos últimos 21 jogos de um total de 40, porém, a rivalidade Federer e Nadal foi bastante equilibrada. O suíço ganhou 10 contra 11 do adversário. Isso incluiu uma final de Australian Open e uma decisão de ATP Finals a favor de Federer, além de um título no Masters 1000 de Madri de 2009, no saibro.
No piso predileto do espanhol, foram 14 vitórias contra duas de Federer no total, ambas em finais de Masters 1000 – a outra foi em Hamburgo 2007. Nas outras superfícies, 14 para o suíço contra 10. Federer venceu sete dos últimos oito duelos da carreira contra Nadal, a quem ele chama de amigo.
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Rivais de Roger Federer — Foto: Arte ge
Novak Djokovic nasceu cerca de seis anos depois de Roger Federer, e a rivalidade seguiu caminho distinto em relação a Nadal. O suíço dominou entre o primeiro jogo, em 2006, e o ano de 2010. Foram 13 vitórias nos primeiros 19 encontros, o que incluiu o único triunfo em cinco finais de Grand Slam – no US Open de 2007. Nas 31 partidas seguintes, 21 foram vencidas pelo sérvio, contadas três finais de Wimbledon e uma de US Open. Djokovic venceu 10 dos últimos 13 duelos contra Federer.
Talvez, uma das qualidades do suíço menos destacadas nas 24 temporadas de carreira seja a resiliência, tanto física quanto mental. Já aos 37 anos, o astro encarou Djokovic na final de Wimbledon mais longa da história, em 2019. Foram 4h57 de duração. Stefan Edberg, sueco multicampeão, definiu o jogo como “a maior qualidade de tênis já vista”.
Djoko venceu o primeiro set por 7-6 (5), mas Federer buscou um 6-1 no segundo. O sérvio voltou a fazer 7-6 (4) no terceiro, e Federer, heróico, devolveu com 6-4 no quarto. O quinto set terminou em 13 a 12 para Djokovic, com 7 a 3 no primeiro tiebreak de quinto set da história do Grand Slam britânico. O sérvio chegou a salvar dois match points na última parcial. Mas não houve perdedores naquele 14 de julho.
Foi a última final de Grand Slam de Federer, que ainda disputou Wimbledon uma última vez, em 2021, sendo eliminado pelo polonês Hubert Hurkacz nas quartas-de-final. Ele encerra sua trajetória com oito títulos no maior torneio de tênis do mundo. Nenhum homem venceu mais Wimbledon em simples do que o suíço.
Outras rivalidades
Com exceção de Rafael Nadal e Novak Djokovic, nenhum outro jogador que enfrentou Roger Federer mais de sete vezes terminou com retrospecto positivo. Andy Murray (11-14), David Nalbandian (8-11), Tim Henman (6-7) e Jiri Novak (4-5) foram os que chegaram mais perto. Lleyton Hewitt (9-18) e Stan Wawrinka (3-24) desafiaram o suíço 27 vezes cada, só abaixo de Nadal e Djoko.
Em Grand Slams, excluindo Nadal e Djokovic, nenhum tenista conseguiu vencer o suíço por mais de duas oportunidades em pouco mais de duas décadas de carreira profissional. O argentino Juan Martin Del Potro foi o único atleta sem sobrenome Nadal ou Djokovic a alcançar o feito de bater Federer em uma final de Grand Slam (US Open 2009). Quem mais encarou o astro entre os humanos foi Tomas Berdych – 10 vezes, com duas vitórias e oito derrotas.
Outro argentino, David Nalbandian, conseguiu derrotar Federer numa batalha de cinco sets e 4h33 na final da Masters Cup, a precursora do ATP Finals, em 2005. Mas é provável que o terceiro grande adversário da carreira do suíço, em termos estatísticos, seja mesmo Andy Murray. O auge da rivalidade aconteceu em 2012, quando o britânico foi campeão olímpico em cima de Federer um mês depois de perder, na mesma quadra central do complexo de Wimbledon, o Grand Slam daquele ano.
O astro suíço, no entanto, citou frequentemente em entrevistas ao longo da carreira dois outros jogadores que o desafiaram ao limite – em especial, no início da trajetória: Hewitt e Andy Roddick. Lamentavelmente para os dois, cada um jogou oito vezes contra Federer em Grand Slams e nenhum conseguiu um triunfo sequer.
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Federer e Nadal se divertem sob os olhares Björn Borg — Foto: Julian Finney/Getty Images for Laver Cup
Por fim, Federer venceu o único duelo que fez contra Pete Sampras, uma simbólica passagem de bastão vencida por 3 sets 2 nas oitavas de Wimbledon 2001. Para os brasileiros, fica a lembrança dos três encontros com Gustavo Kuerten. Foram duas vitórias de Guga, a última por 3 sets a 0 na terceira rodada de Roland Garros 2004. O suíço era o cabeça-de-chave número um.