‘Os erros estão provocando reações ferozes na sociedade’, disse a presidente do Parlamento, pedindo aos governadores que garantam o pleno respeito aos critérios, ‘sem um único erro’
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/w/n/zGGzwpREKGeemyVSKEow/100574626-files-in-this-file-photo-taken-on-september-20-2022-a-billboard-promoting-contract-army-se.jpg)
Outdoor promove serviço militar em São Petersburgo: ‘Servir a Rússia é um trabalho real’ OLGA MALTSEVA/AFP
As autoridades russas prometeram neste domingo corrigir os “erros” depois que idosos, doentes e estudantes foram incluídos na campanha de recrutamento lançada em todo o país.
- Sob coerção: Alistamento de Putin atinge minorias étnicas, imigrantes e áreas de baixa renda da Rússia
- Alerta da União Europeia: Putin não está blefando sobre armas nucleares
Quando o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quarta-feira a mobilização “parcial” de reservistas para ir à Ucrânia, disse que somente seriam convocadas pessoas com conhecimentos ou experiência militar “relevantes”.
Mas muitos expressaram sua indignação depois de ver casos, às vezes absurdos, de convocação de pessoas inaptas para o serviço militar. Na região de Volgograd (sudoeste), um centro de treinamento reenviou à sua casa um militar reformado de 63 anos diabético e com problemas cerebrais.
- Mudanças: Rússia substitui, em plena mobilização, general encarregado da logística
- ONG: Mais de 700 manifestantes contra a convocação de reservistas são detidos na Rússia
Na mesma região, Alexander Faltin, diretor de 58 anos de uma pequena escola rural, recebeu uma ordem de recrutamento apesar de não ter experiência militar. Sua filha publicou um vídeo nas redes sociais que viralizou. Ele teve permissão de voltar à sua casa depois que seus documentos foram revistos, segundo a agência RIA Novosti.
A presidente da Câmara Alta do Parlamento, Valentina Matviyenko, pediu neste domingo atenção dos governadores, que supervisionam as campanhas de mobilização, em que estariam isentos de convocação estudantes, pessoas com mais de cinco filhos ou certos profissionais.
“Os erros de mobilização (…) estão provocando reações ferozes na sociedade, e com razão”, disse Matviyenko no Telegram. “Garantam que a mobilização parcial ocorra respeitando plenamente os critérios. E sem um único erro”, ordenou.
Os erros são novos exemplos dos problemas logísticos que ocorrem desde o início da ofensiva da Rússia contra Ucrânia, em fevereiro. No sábado, a Rússia anunciou a substituição de seu general de mais alta patente a cargo da logística, em plena campanha de mobilização.
Embora as autoridades apresentem a mobilização de pessoas em teoria isentas como casos isolados, suas declarações expressam uma forma de preocupação pela reação indignada de una parte da população.
Valeriy Fadeev, presidente do conselho de direitos humanos do Kremlin, instou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a “resolver urgentemente os problemas” para evitar “prejudicar a confiança do povo”.
Citou, como exemplos, o recrutamento de 70 pais de famílias numerosas na região de Buriácia, no extremo oriental, e de enfermeiras e parteiras sem conhecimentos militares. pessoas com mais de cinco filhos Fadeev disse que todos eles foram convocados “sob ameaça de julgamento penal”.
- Ilegais pelo direito internacional: Regiões ocupadas na Ucrânia iniciam referendos de anexação à Rússia
Também criticou aqueles que “realizam as convocações às 2h da madrugada, como se considerasse todos desertores”. Esses métodos estão criando “descontentamento”, advertiu.
Vários estudantes disseram à AFP que foram convocados, apesar de as autoridades terem prometido que seriam excluídos na campanha de mobilização. No sábado, Putin assinou um decreto confirmando que os estudantes de centros de formação profissional e de ensino superior ficarão isentos.
Outra situação que criou polêmica é o caso de manifestantes contra a ofensiva na Ucrânia que receberam ordens de mobilização durante sua custódia. O Kremlin disse que, nesses casos, “não havia nada ilegal”.