Lula diz que exigências da UE para acordo com Mercosul são ‘ameaça’
Em seu discurso, o presidente Lula defendeu que o combate à pobreza esteja atrelado às medidas para fazer frente às mudanças climáticas durante seu bem recebido discurso na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris.
O petista também voltou a defender o fim da dolarização, chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de “fascista” e disse que a União Europeia (UE) “ameaça” o Mercosul com suas demandas para o acordo de livre comércio, negociado há décadas e cuja finalização é uma das prioridades de sua política externa. Leia aqui a reportagem completa.
Discurso de Lula é o mais aplaudido até o momento
A fala de Lula foi amplamente aplaudida por seus colegas, na reação mais entusiasmada até o momento entre as falas dos chefes de governo, Estado e representantes de organizações internacionais.
Lula: ‘Não sei porque Brasil e Argentina, Brasil e China têm que fazer comércio em dólar’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a desdolarização da economia, afirmando que não sabe porque “Brasil e Argentina, Brasil e China têm que fazer comércio em dólar”. Segundo o presidente brasileiro, o assunto será debatido durante as próximas reuniões do G20 e dos Brics, no segundo semestre deste ano. De acordo com Lula, é importante que mais países africanos estejam em tais fóruns.
Logo após o discurso de Lula, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que o petista “não precisa se preocupar” porque a desdolarização será prioritária na cúpula dos Brics, que será sediada em seu país.
Lula é aplaudido por colegas ao dizer que ‘vai entregar’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aplaudido por seus colegas ao dizer que “vai entregar” suas promessas de combater o desmatamento, preservar o meio ambiente e tirar novamente o Brasil do mapa da fome.
Lula: ‘Se pudesse, pegava o chanceler alemão para ser ministro de Minas e Energia do meu país’
Lula: ‘Estou doido para fazer um acordo com a UE, mas carta adicional faz ameaça’
— Estou doido para fazer um acordo com a UE, mas não é possível a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo — disse Lula, afirmando que a resposta está sendo feita, mas que é necessário começar a discutir. — Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso?
Lula chama Bolsonaro de ‘fascista’ e diz que ‘questão climática não é secundária’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou seu antecessor, Jair Bolsonaro, de “fascista” devido aos retrocessos democráticos:
— Quando voltei à Presidência agora, meu país estava pior do ponto de vista democrático porque tinha um fascista governando. Pior do ponto de vista educacional porque não havia dinheiro investido nas universidades. Pior do ponto de vista social (…), do ponto de vista econômico — afirmou.
Segundo Lula, agora será necessário “refazer tudo para o país voltar a crescer”, mas que “a questão climática não é uma coisa secundária”:
— Por isso, o Brasil vai levar a cabo o controle do desmatamento. Por isso vamos pôr como uma questão de honra acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030 — disse ele, afirmando que não é preciso destruir mais um km, basta recuperar as terras degradadas.
Lula: ‘Se o mundo não mudar, quem é rico vai continuar rico, quem é pobre vai continuar pobre’
De acordo com Lula, se não houver uma mudança no sistema de governança global, os acordos internacionais não serão cumpridos. Pactos como o Protocolo de Quioto, disse ele, não foram cumpridos porque não há autoridade com força para fazer isso acontecer.
— É preciso ter clareza que, se não mudarmos as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico, quem é pobre vai continuar pobre — afirmou. — Muitas vezes a classe política do mundo só valoriza o pobre em época de eleição.
O petista, em seguida, disse que os pobres são a solução, não o problema — e que é necessário colocá-los no Orçamento nacional porque caso contrário “sempre estarão abandonados”. Após as eleições, afirmou, são esquecidos, “e a vida segue”.
Lula: ‘Muitas vezes os bancos emprestam dinheiro e depois o resultado é a falência do Estado, como na Argentina’
O presidente Lula voltou a repetir suas críticas contundentes ao sistema de governança global e aos bancos internacionais. Diante da diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, o petista afirmou que “muitas vezes os bancos emprestam dinheiro e depois o que vemos é a falência do Estado, como na Argentina”.
O presidente brasileiro disse que o FMI, “da forma mais irresponsável do mundo”, emprestou US$ 44 bi à Argentina e afirmou que “não se sabe” o que o governo Macri à época fez com o dinheiro. As consequências, disse Lula, hoje são enfrentadas pelo aliado Fernández.
— Temos que rever aquilo que foi criado depois da Segunda Guerra Mundial. As instituições de Bretton-Woods não funcionam mais — disse Lula, afirmando que as instituições deixam muito a desejar.
Lula: ‘Não é possível que em uma reunião entre países importantes a palavra desigualdade não apareça’
O presidente Lula criticou a falta de ênfase no combate à desigualdade no fórum internacional, afirmando “não ser possível que em uma reunião entre países importantes a palavra desigualdade não apareça”:
— Junto da questão climática, temos que pautar a palavra desigualdade — disse Lula. — A desigualdade salarial, a desigualdade racial, a desigualdade de gênero, na educação, na saúde. Estamos em um mundo cada vez mais desigual.
Se o tema não for prioritário, disse Lula, pode haver “um clima muito bom, mas o povo pode continuar a morrer de fome”. O petista depois falou do sucesso no combate à fome durante seu primeiro mandato, dos retrocessos dos últimos anos, e da piora recente na economia brasileira.
Lula reforça convite para a COP30 na Amazônia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o convite para que os colegas e a comunidade internacional visitem o Brasil durante a COP30, em 2025, em Belém. O petista lembrou também que haverá em 12 de agosto uma cúpula dos países amazônicos na capital paraense, onde o objetivo será fazer com que os países detentores da Amazônia cheguem com propostas conjuntas na COP28.
— Espero que todas as pessoas que prezam tanto pela Amazônia (…) participem da COP25, para que tenham noção do que é realmente a Amazônia — afirmou.
O presidente chamou de “pessoas de má fé” empresários e outros empreendedores que destruem ou defendem a destruição ilegal da floresta para fins econômicos, destacando que isso também é ruim para os negócios. Lula, em seguida, reforçou o compromisso de combater o desmatamento ilegal em todos os biomas.
Presidente Lula começa a discursar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou cumprimentando o presidente Emmanuel Macron e citando nominalmente a ex-presidente Dilma Rousseff, que agora chefia o Banco de Desenvolvimento dos Brics. O presidente brasileiro disse que passou a semana escrevendo seu discurso, mas que mudou de ideia e decidiu não ler o texto previamente escrito porque mudou de ideia após as últimas conversas.
Presidente de Comoros pede que Lula seja voz do mundo em desenvolvimento na busca por financiamento climático
Presidente de Comoros, Azali Assoumani, faz pedido nominal para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja a voz dos países em desenvolvimento na busca por mais financiamento climático e na cobrança para que os países ricos e organizações multilaterais cumpram suas promessas. Lula, que acompanha o evento ao lado de Macron, deu um sorriso para o par africano ao ouvir seu nome ser citado.
Lula tuíta sobre Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global
China cobra maiores contribuições de países desenvolvidos
Depois de Macron, foi a vez do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, se pronunciar. Ele reforçou o crescimento econômico de seu país e os esforços do gigante asiático — o maior emissor de gases-estufa da atualidade — para fazer frente ao problema e a necessidade de combater a pobreza em conjunto com os esforços ambientais e climáticos.
— A China honra seus compromissos com ações — disse ele, ressaltando as promessas chinesas, que ambientalistas ainda consideram insuficientes.
Qiang disse que são necessárias mais soluções para os países em desenvolvimento. Instituições financeiras multilaterais, afirmou, também devem ser reformadas para melhor se adequar à nova realidade. As nações ricas, afirmou, devem aumentar suas contribuições para compensar suas emissões históricas, as maiores responsáveis pelo aquecimento global.
Macron anuncia que líderes chegaram a US$ 100 bilhões para países em desenvolvimento
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou durante seu discurso de abertura que há uma acordo para cumprir a promessa atrasada de direcionar US$ 100 bilhões anuais de 2020 a 2025 para o Fundo Verde do Clima. Ele também anunciou a criação de um fundo para a biodiversidade e a proteção das florestas.
Os US$ 100 bilhões já são uma cifra desatualizada, mas eram com frequência citados como exemplo do fracasso internacional para fazer frente ao desafio — a promessa era de 2009. A meta foi anunciada após o Banco Mundial anunciar que aliviaria os termos do financiamento para nações afetadas por mudanças climáticas.
Não está exatamente claro como será a distribuição dos US$ 100 bilhões, mas ativistas há anos questionam a grande quantidade de empréstimos a altas taxas de juros contabilizados oficialmente. Leia aqui a reportagem completa.
Problemas de tradução atrasam início da cúpula
O início da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global atrasou em alguns minutos devido a problemas com a tradução. Um dos canais que não funcionavam era em português — e Macron insistiu repetidas vezes que só começaria quando o sistema funcionasse adequadamente para que seu “vizinho” presidente Lula, entre outros, pudesse ouvir. A situação foi recebida com bom humor pelos chefes de Estado e governo, que aplaudiram quando o problema foi resolvido.
Lula senta-se ao lado de Macron em cúpula na França
Os organizadores da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global puseram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentado ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, anfitrião do evento. O presidente brasileiro está na primeira fila, em posição de destaque. Do outro lado de Lula, que deve ser o último a falar, está o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Lula chega para evento em Paris
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 9h25 (4h25 no Brasil) para a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, no Palais Brogniart, em Paris, onde foi recebido pela chanceler francesa, Catherine Colonna. O brasileiro entrou no prédio logo antes do colega colombiano, Gustavo Petro.
Lula participa de cúpula de Macron em Paris
O presidente Lula participará nesta sexta da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo presidente Emmanuel Macron em Paris, para “repensar a arquitetura do sistema financeiro global’ com o fim de reduzir desigualdades, combater a mudança climática e proteger diversidade”. Após a reunião, que ocorre nesta manhã, Lula se encontrará com Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, principal partido de esquerda radical do país.
Lula depois terá um almoço de trabalho com Macron no Eliseu, e depois se reunirá com o presidente do Naval Group, Pierre-Eric Pommellet. Mais para o fim do dia, ele será recebido pela prefeita parisiense, Anne Hidalgo e terá uma bilateral com o presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso. Seu último compromisso é um jantar oferecido pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
Lula sobre almoço com Dilma: ‘Olha quem eu encontrei na França!’
O presidente Lula publicou uma foto do almoço que teve nesta quinta-feira, em Paris, com a ex-presidente Dilma Rousseff, que preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos Brics. Na publicação, Lula escreveu: “Olha quem eu encontrei na França!”
Dilma participa de jantar no Eliseu com Macron e Lula
A ex-presidente Dilma Rousseff — que atualmente preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos Brics, participa do jantar promovido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, aos chefes de Estado que participarão, nesta sexta-feira, da Cúpula por um Novo Pacto Financeiro Global. O presidente Lula e a primeira-dama Janja também estão entre os líderes convidados
Lula e Janja chegam ao Palácio do Eliseu para jantar com Macron
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja chegaram ao Palácio do Eliseu, residência oficial da presidência francesa, para o jantar oferecido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, aos chefes de Estado que participarão, nesta sexta-feira, da Cúpula por um Novo Pacto Financeiro Global.
Lula promete ‘desmatamento zero na Amazônia’ até 2030 em discurso no festival “Power our planet”
Em discurso durante o concerto “Power our planet”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu atingir ‘desmatamento zero na Amazônia’ até 2030 e convidou a multidão reunida aos pés da Torre Eiffel, em Paris, a visitar o Brasil durante a COP30, a Conferência do Clima da ONU, em 2025, que será realizada em Belém.
— Vamos ser muito duros contra toda e qualquer pessoa que quiser derrubar uma árvore para plantar soja, milho ou criar gado. Amazônia é um território soberano do Brasil, mas ao mesmo tempo, ela pertence a toda a humanidade e, por isso, faremos todo e qualquer esforço para manter a floresta em pé — disse o presidente.
Lula foi convidado a participar do evento pelo vocalista da banda Coldplay, Chris Martin.
Convidados chegam para jantar no Palácio do Eliseu
Começará em instantes o jantar oferecido pelo Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, e pela Senhora Brigitte Macron aos chefes de delegação da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global e cônjuges de chefes de Estado, entre eles, Lula. Os primeiros convidados já começam a chegar ao Palácio do Eliseu.
Haddad diz que comunicado do Copom foi ‘muito ruim’ e contrata inflação e aumento de carga tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quinta-feira, em Paris, que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter os juros a 13,75% ao ano está contratando um problema e citou o aumento da inflação e da carga tributária no futuro. O comunicado não sinalizou claramente o início do ciclo de queda da taxa de juros, o que frustrou o governo, especialmente o Ministério da Fazenda.