Os depoimentos simultâneos do ex-presidente, Michelle e dos outros seis investigados focarão em delinear o papel de cada personagem do grupo
Por Bela Megale
As provas obtidas pela Polícia Federal consolidaram a linha investigativa de que uma mesma organização criminosa envolvendo Jair Bolsonaro atuou em frentes que vão de ataques à democracia à obtenção de vantagens indevidas, por meio do aparato público.
Os depoimentos simultâneos de oito investigados realizados nesta quinta-feira, incluindo o ex-presidente e sua esposa, Michelle Bolsonaro, focarão em delinear o papel e os delitos de cada personagem nessa organização, segundo envolvidos nas apurações.
Fontes da PF relataram que há provas consistentes de que o mesmo grupo agia em conjunto e com papeis definidos em todos os casos investigados. Expoente central desse núcleo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid passou a colaborar com os policiais e presta, nesta quinta-feira, seu terceiro depoimento ao longo dos últimos seis dias.
A meta da PF é apresentar, até dezembro deste ano, os relatórios finais dos inquéritos que miram Bolsonaro e seu entorno. O caso que está mais adiantado e deve ser o primeiro a ter indiciados é o que apura a falsificação de certificados de vacina de Bolsonaro, Cid e seus familiares.
Esse prazo, no entanto, depende de fatores externos, como o retorno do pedido de colaboração feito à polícia dos Estados Unidos sobre a venda e compra das joias de Bolsonaro. Além disso, investigadores apontam a possibilidade de acordos de colaboração serem firmados com personagens centrais da organização criminosa.