Entrou no último dia, nesta segunda-feira (27), o período de trégua acordado entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns e entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Entretanto, Estados Unidos, Catar e mediadores internacionais trabalham para prolongar a pausa no conflito.
O acordo prevê um cessar-fogo temporário de quatro dias, que começou na sexta-feira (24). O Hamas se comprometeu a libertar cerca de 50 reféns. Por outro lado, Israel concordou em soltar 150 palestinos presos no país.
Até a madrugada desta segunda-feira, o Hamas havia libertado 58 reféns, enquanto Israel soltou 117 palestinos.
O governo de Israel afirmou que poderia prolongar a trégua em um dia para cada 10 reféns adicionais libertados pelo Hamas.
No sábado (25), o jornal israelense Haaretz declarou que o Hamas encontrou de 10 a 20 reféns adicionais que podem, potencialmente, serem soltos. Caso o cenário se concretize, a expectativa é que a trégua dure até quarta-feira (29).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse no domingo (26) que representantes norte-americanos e do Catar estão tentando prolongar a pausa pelo maior tempo possível.
“É o nosso objetivo manter esta pausa para além de amanhã [27/11], para que possamos continuar a ver mais reféns a sair e a enviar mais ajuda humanitária para aqueles que necessitam em Gaza”, disse Biden.
Israel já afirmou que a guerra não acabou e que retomará as operações militares assim que o prazo para a trégua terminar.
Relembre o que aconteceu
Em 7 de outubro, homens armados do grupo terrorista Hamas atravessaram a cerca da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, mataram 1.200 pessoas e capturaram cerca de 240 pessoas, de acordo com os israelenses.
Nesse mesmo dia, Israel declarou guerra ao Hamas e começou a atacar a Faixa de Gaza. Cerca de 13 mil habitantes de Gaza foram mortos pelos bombardeios israelenses, cerca de 40% deles crianças, segundo autoridades de saúde palestinas, ligadas ao Hamas (esses números não foram checados por alguma entidade independente).
Antes do cessar-fogo de sexta-feira (24), os combates estavam ainda mais intensos do que o normal. Jatos israelenses atingiram mais de 300 alvos, e tropas estavam envolvidas em combates ao redor de Jabalia, ao norte da Cidade de Gaza.
Um porta-voz do exército disse que as operações continuariam até que as tropas recebessem a ordem de parar. Do outro lado da cerca da fronteira em Israel, nuvens de fumaça podiam ser vistas pairando sobre a zona de guerra do norte de Gaza, acompanhadas por sons de tiros pesados e explosões estrondosas.
Israel diz que os combatentes do Hamas usam edifícios residenciais e outros prédios civis, inclusive hospitais, como cobertura. O Hamas nega.