Campo Grande, 3 de maio de 2024

No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

Abril é o mês de comemoração aos Povos Originários, e a Escola Municipal Sulivan Silvestre Oliveira, localizada na Aldeia Marçal de Souza, bairro Tiradentes, em Campo Grande, realiza há 25 anos a Feira Indígena Cultural, com exposição do que é feito em sala de aula pelos alunos.

A escola é a única unidade da REME (Rede Municipal de Ensino) com a língua terena incluída no currículo escolar. A unidade tem 30% dos alunos indígenas, dos 305 matriculados.

Pais, mães e avós foram conhecer de perto o que os alunos desenvolveram de fevereiro até agora, com a produção de arco e flecha de madeira e papel, argila, desenhos e pinturas sobre a cultura terena.

Rosilene scaled No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

A diarista Rosilene Catarina de Aquino é mãe de Alessandro, do 2º ano, estudante da escola há três anos. “Ele fala alguma coisa em terena e é muito legal a gente ver que a escola mantém essa cultura, a educação aqui é de primeira”.

Gisele scaled No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

Gisele Oliveira Souza é mãe de duas alunas da escola. A família se mudou de Coxim para Campo Grande no ano passado. “Eu as matriculei aqui e elas amam. Acho importante manter a cultura indígena. É interessante ter isso no currículo da escola, porque é a cultura que estão inserindo, o que é bom para elas aprenderem mais um tipo de cultura, de vivência”.

Ana Beatriz scaled No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

A aluna Ana Beatriz Candelária Cunha, de 7 anos, teve aulas de argila. “Foi a primeira vez que peguei na argila, fiz os potinhos da cultura terena, foi muito legal”.

Maisa scaled No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

Já Maisa Souza Mendes, de 8 anos, desenvolveu uma história sobre a cultura terena. “A gente leu o livro e depois contamos com o nosso jeito e fizemos ilustrações”.

O professor de língua terena, Elso Sobrinho, conta o que elaborou com os alunos em sala sendo apresentado na feira. “Fizemos vários projetos, que todo ano a gente sempre tem um tema diferente. Este ano é sobre as diferentes literaturas nas linguagens indígenas, tanto como afrodescendentes indígenas. Com isso, fizemos a exposição dos trabalhos dos alunos, que eles mesmos resolveram na sala de aula”.

Já a professora Ana Lílian Medeiros desenvolveu com os alunos sobre a lenda da mandioca, milho e algumas ervas medicinais. “A gente conseguiu agregar também vários conteúdos na sala de aula, fomos agregando na Língua Portuguesa e trabalhando em miscigenação com os outros conteúdos indígenas. Então assim, é muito fantástico essa cultura que eles já trazem desde criança, desde o berço”.

Segundo a diretora Maria Elisa Vila Maior, a comunidade lutou muito para instituir um projeto para valorizar e preservar a língua materna. “Desde então, esse projeto nasceu, paralelo ao histórico da nossa escola, e ele foi se desenvolvendo e evoluindo. Para chegar no formato que temos hoje como disciplina. Entendemos ser de grande relevância pedagógica trabalhar com as crianças, a importância da valorização, do reconhecimento de todas as culturas e de se trabalhar a questão da desconstrução de estereótipos. Então, isso que é tão importante anda em acordo com a nossa legislação, que visa preservar e prezar pelos direitos do exercício da cidadania de todos”.

 

FEIRA DOS POVOS INDIGENAS 1 scaled No mês de comemoração aos Povos Originários, escola mostra que não deixa cultura terena morrer

 

#pratodosverem A matéria possui seis imagens. A foto de capa é do painel da Feira Cultural. A foto seguinte mostra a diarista Rosilene, durante entrevista. Ela é uma mulher branca de cabelos cacheados e pretos. A próxima foto é da Gisele, que é uma mulher de pele clara, e cabelos pretos e curtos. Ela usa óculos e veste regata branca. A foto seguinte é da aluna Ana Beatriz, criança indígena com cabelos compridos e uniforme azul. Na outra foto, está a aluna Maísa com cabelos pretos e uniformizada. A última foto mostra arco e flecha feita pelos alunos. 

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