Lula deu a declaração durante participação na Conferência Internacional de Alto Nível para discutir a situação da Palestina, em Nova York, na véspera da Assembleia Geral da ONU.
Por Marcela Cunha, g1 — Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (22) que a “tirania do veto” impede o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de impedir “atrocidades”. O presidente também voltou a dizer que o povo que vive na Faixa de Gaza sofre um “genocídio”.
“A tirania do veto sabota a própria razão da ONU evitar que atrocidades se repitam”, afirmou o presidente.
O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros, mas somente cinco ocupam os chamados assentos permanentes e, com isso, têm direito a poder de veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
Durante a fala, Lula voltou a chamar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza de genocídio e que o direito de defesa de Israel contra o Hamas “não autoriza a matança discriminada de civis”.
“Não há palavra mais apropriada para descrever o que esta acontecendo em Gaza do que genocídio”, disse Lula.
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Presidente Lula durante cerimônia no Planalto — Foto: Ricardo Stuckert/PR
A conferência foi convocada por França e Arábia Saudita para discutir uma “resolução pacífica” da guerra na Faixa de Gaza e a solução dos dois estados, um judeu e outro palestino.
“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel, quanto a Palestina tem o direito de existir”. continuou o presidente.
Durante a reunião, a França anunciou o reconhecimento do Estado palestino. Em discurso, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a decisão busca a paz entre israelenses e palestinos.
“Recai sobre nós uma responsabilidade histórica. Devemos fazer todo o possível para preservar a própria possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança”, afirmou Macron.
🔎 Atualmente, mais de 140 países reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. Outro movimento mais recente de reconhecimento foi feito por Reino Unido, Canadá e Austrália no último domingo (21).
Os reconhecimentos têm sido vistos como um sinal político contra a expansão de assentamentos e a presença militar israelense em Gaza. França e Arábia Saudita lideram uma ação diplomática para influenciar outros países a favor da Palestina.