As encomendas de Natal estavam a todo vapor quando o telefone toca, na tarde dessa quarta-feira (27). Do outro lado da linha, a cliente faz o pedido especial: um bolo de pamonha recheado com requeijão, o favorito do pai dela. Internado em em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) de Campo Grande, o idoso de 65 anos não comia há três dias e tinha o desejo de comer este alimento.
“Ela me disse que havia um certo risco de morte e que, há 3 dias, ele não se alimentava. O único pedido dele foi esse bolo que ele ama muito, sendo que ela já tinha pedido para uma funcionária da casa fazer e o pai não gostou, disse que estava seco. As filhas então foram atrás de realizar o pedido dele e eu então fiz com todo carinho, foi especial”, afirmou ao G1 o confeiteiro Felipe Moreno, de 25 anos.
Segundo Moreno, a filha do paciente já passava no delivery, localizado na rua Rio Grande do Sul, há dois meses. “Eles viram a postagem no nosso Instagram e começaram a pedir o bolo, só que eu somente fazia às sextas, já que estou com as encomendas de chocolates e itens de Natal. Mas, eu parei tudo para atender a este pedido dele. A filha disse que ele estava na unidade coronariana e eles então liberaram e ontem mesmo, no horário de visita, levaram o bolo para ele”, disse.
Ainda segundo o confeiteiro, a empresa funciona há 1 ano e este foi o pedido mais especial que ele teve. “Todo pedido é especial, mas, este foi inusitado. Eu me preparo para fazer bolo só às sextas e também tem o dia do biscoito de nozes, que é o carro chefe da casa. Só que eu parei tudo porque fiquei muito comovido, nós não sabemos se ele vai sair de lá. Hoje cedo já liguei para filha e ela estava a caminho de uma nova visita. Vou acompanhar agora, quero saber mais sobre ele. Eu também tenho carinho especial por esta receita, é de família”, argumentou.
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Confeiteiro fez postagem agradecendo carinho com bolo de pamonha e requeijão — Foto: Redes sociais/Reprodução
Filha conta que pai ficou emocionado quando bolo chegou no quarto do hospital
A enfermeira e gerente administrativa Jaqueline da Mota, de 35 anos, conta que é a 6ª vez, nos últimos 20 dias, que o pai é internado. “Ele está com insuficiência cardíaca e queria muito o bolo. Eu tenho os filhos e então estou revezando lá com a minha irmã. Nós pedimos para a funcionária fazer e ela levou para ele no hospital. Meu pai reconheceu na hora que não era o mesmo bolo. Depois, eu tentei explicar a ele que só é feita na sexta o bolo, quando disse: será que eu aguento até sexta-feira? Será que eu morrer sem comer esse bolo”, relembrou.
Muito tocada com as palavras dele, Jaqueline correu e entrou em contato com o Felipe. “Eu pedi a ele e me atendeu rapidamente. É um bolo que não só o meu pai como o meu filho, que também se chama Felipe, ama. E meu pai agora está feliz, nós fomos lá esta manhã, ele foi para enfermaria e antes, tudo o que comia dava ânsia, não queria nada. Hoje cedo até uma maça ele pediu. Nós ficamos emocionadas e agradecidas pelo bolo, realmente é uma delícia”, finalizou.
G1 MS
