Abel Ferreira falou grosso ao responder às perguntas sobre a derrota para o São Paulo.
O Palmeiras já disputou 66 partidas na temporada, 85 no ano, 104 nos 376 dias sob direção do treinador português. “É loucura! É loucura!”.
A frase repetida de Abel indica o que pensa sobre escalar os titulares nos três últimos jogos antes da viagem. Você pode discordar, julgar um equívoco escalar reservas em partida tão relevante quanto o clássico contra o São Paulo, não jogar a pá de cal na campanha são-paulina, enterrar o rival.
Este blog pensa mais parecido com Abel Ferreira. O técnico não escalou os reservas para perder, mas assumiu o risco. Escalar titulares seria assumir outro tipo de risco: perder jogadores. Cansá-los demais.
Abel Ferreira antes de Palmeiras x São Paulo — Foto: Marcos Ribolli
Não existe receita pronta. Jorge Jesus usava no Flamengo o máximo de titulares juntos a maior parte do tempo. No último jogo, antes da final da Libertadores de 2019, ganhou do Grêmio com Diego Alves, Rodinei, Thuler, Rhodolfo e Renê; Piris da Mota; Lucas Silva, Diego e De Arrascaeta; Reoinier e Gabriel.
Três titulares. Até Jorge Jesus seguiu a receita do descanso perto da decisão.
Em qualquer caso, vitória será sinônimo de absolvição para o treinador do Palmeiras. Derrota significará condenação. Deveria ser diferente, com mais observação para o ano inteiro de trabalho.