Campo Grande, 22 de abril de 2025

Reunião de emergência do G7 após bombardeios na Ucrânia

Por O Globo e agências internacionais — Kiev, Berlim e Paris

A pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, os líderes do G7, grupo que reúne os Estados Unidos e seis das maiores economias do mundo, vão realizar uma reunião de emergência nesta terça-feira para discutir os últimos ataques da Rússia à Ucrânia, informou o governo alemão nesta segunda-feira. A convocação ocorre em meio à preocupação global com a escalada do conflito, ordenada pelo presidente Vladimir Putin em retaliação à explosão que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia ao território continental russo, no último sábado.

Até mesmo a China e a Índia, que mantêm boas relações com o governo russo, expressaram preocupação após os bombardeios e pediram a contenção do conflito e diálogo entre as partes. Os dois países, que ofereceram algum alívio à Rússia com a compra de seu petróleo, alvo de sanções das potências ocidentais, têm buscado publicamente se distanciar da ofensiva, ainda que sem criticar Putin diretamente.

Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse em uma entrevista coletiva que “todos os países merecem respeito a sua soberania e integridade territorial” e que “deve ser dado apoio a todos os esforços que conduzam à resolução pacífica da crise”. Já Arindam Bagchi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, disse que Nova Délhi está “profundamente preocupada com a escalada do conflito” e oferecerá apoio aos esforços para conter os combates.

Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden condenou nesta segunda-feira os ataques com mísseis da Rússia contra alvos civis na Ucrânia, dizendo que eles não serviram para fins militares e novamente demonstraram “a brutalidade total da guerra ilegal de Putin contra o povo ucraniano”. No entanto, Biden não anunciou novas medidas dos EUA em resposta aos ataques.

“Esses ataques apenas reforçam ainda mais nosso compromisso de permanecer com o povo da Ucrânia pelo tempo que for necessário”, disse Biden em comunicado. “Juntamente com nossos aliados e parceiros, continuaremos a impor custos à Rússia por sua agressão, responsabilizando Putin e a Rússia por suas atrocidades e crimes de guerra e forneceremos o apoio necessário para que as forças ucranianas defendam seu país e sua liberdade”, acrescentou em nota.

Em Berlim, o chanceler alemão, Olaf Scholz, que ocupa a presidência do G7, expressou a Zelensky a “solidariedade da Alemanha e dos outros países do grupo”, disse o porta-voz do governo, Steffen Hebestreit. Segundo ele, a conversa nesta terça entre o líder ucraniano e os membros do G7, por videoconferência, terá início às 14h no horário local (9h no horário de Brasília) com um discurso de Zelensky.

— A Alemanha fará tudo ao seu alcance para mobilizar ajuda adicional e, em particular, para ajudar a reparar e restaurar a infraestrutura civil danificada, como o fornecimento de eletricidade e aquecimento — disse Hebestreit.

O Ministério da Defesa alemão prometeu entregar à Ucrânia o primeiro de quatro modernos sistemas de defesa aérea, os mísseis teleguiados IRIS-T, nos “próximos dias”. O governo de Berlim, que alterou uma política de longa data de não enviar armas para zonas de conflito após a invasão russa, havia prometido em junho o envio dos equipamentos, projetados para proteger áreas civis maiores de ataques de foguetes.

Zelensky também teve uma conversa “urgente” com o presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir “o fortalecimento de nossa defesa aérea”, “a necessidade de uma forte reação europeia e internacional” e o “aumento da pressão sobre a Federação Russa”, disse ele em uma postagem no Twitter.

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