Piloto da Williams foi o último dentre os 20 titulares a terminar no top 10 na temporada; sem assento para 2023, canadense reconhece que bom resultado não supera falta de consistência
Por Redação do ge — Rio de Janeiro
Agora é oficial: com o nono lugar de Nicholas Latifi no GP do Japão, etapa que consagrou Max Verstappen bicampeão da F1, todo o grid titular da F1 somou ao menos um ponto em 2022. Em Suzuka, o canadense levou dois pontos para casa pela primeira vez na temporada, a quatro corridas do fim. A Williams, por sua vez, se beneficiou com estratégia certeira na troca dos pneus de chuva forte pelos intermediários após a relargada.
– Muito feliz com isso, as condições foram bem complicadas no fim. Eu conseguia sentir, na volta com o safety car (antes da relargada), que as condições seriam para intermediários. Tomei a decisão de trocar para eles (pneus faixa verde) o quanto antes. Isso foi crucial para conseguir esses pontos, e ter um pouco de ar livre – afirmou Latifi.
Latifi fez o pior tempo do classificatório e, no domingo, ainda tinha uma punição de cinco posições por colidir com Guanyu Zhou em Singapura – na prática, ele seguiria largando do 20º lugar. Com mudanças na asa e suspensão, Pierre Gasly foi obrigado a largar do pitlane, carimbando o ganho de uma colocação para o canadense.
Na largada, sem a declaração de “wet race” (corrida molhada) por parte da direção de prova, todo o grid optou por sair de pneus intermediários. Mas o caos na primeira volta – com chuva, pista molhada e baixa visibilidade – levou a uma bandeira vermelha. Latifi ganhou quatro posições no início e era o 15º em Suzuka quando a corrida foi paralisada.
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Nicholas Latifi, da Williams, é visto em treino para o GP do Japão — Foto: Clive Rose/Getty Images
Mais de 2h depois, na relargada, a direção definiu que o GP do Japão seria uma “wet race”. Desta vez, como manda o regulamento, todos os 20 pilotos foram obrigados a sair de pneus de chuva forte. Após a entrada do safety car nos boxes, Sebastian Vettel (Aston Martin) e Latifi foram os primeiros a apostar na troca para os compostos intermediários.
A estratégia foi bem sucedida para os dois. Com o undercut sobre o meio do pelotão, o piloto da Williams era o oitavo colocado. Pouco depois, ultrapassado pelo ex-companheiro George Russell, o canadense caiu para nono. Vettel, por sua vez, terminou em sexto após cruzar a linha de chegada junto com Fernando Alonso.
O resultado no Japão foi positivo para Latifi, mas o piloto não alimenta grandes expectativas sobre seu futuro. Após três anos, a Williams anunciou que não vai seguir com o canadense, que deve deixar a F1 a partir de 2023. Restam apenas duas vagas no próximo grid: uma na equipe britânica e outra na Haas, já que Mick Schumacher ainda não está confirmado.
– É ótimo conseguir alguns pontos, claro. Mas no fim das contas… Mesmo se uma decisão não tivesse sido tomada sobre meu futuro, uma corrida como essa provavelmente não mudaria muita coisa. Sempre disse que era sobre consistência ao longo das etapas, e não um bom resultado. Obviamente é um incentivo legal para mim pessoalmente, chegando ao fim da temporada e do meu tempo com a equipe. Mas além disso, nada a mais – completou.
Com o abandono de Alex Albon na primeira volta, Nicholas Latifi foi o único piloto da Williams a cruzar a linha de chegada em Suzuka. Em 2021, no GP da Hungria, o canadense foi responsável – ao lado de George Russell – por quebrar um hiato de dois anos sem pontos na equipe britânica.
No GP da Itália deste ano, Nyck de Vries foi chamado às pressas pela Williams para substituir Alex Albon, com apendicite. O holandês, que marcou dois pontos em Monza, vai correr pela AlphaTauri em 2023. Nico Hulkenberg foi o outro reserva a participar de corridas em 2022. O alemão substituiu o compatriota Vettel, com covid-19, nas duas primeiras etapas da temporada, mas não pontuou com a Aston Martin.
Com Max Verstappen como bicampeão, a Fórmula 1 segue para o GP dos Estados Unidos no dia 23 de outubro. Restam quatro etapas para o fim da temporada 2022.