“Motinha”, como é conhecido, era para ter sido preso na sexta-feira (30), durante mega operação de combate ao tráfico de drogas. Autoridades brasileiras suspeitam de vazamento das informações sobre a ação para capturá-lo.
Por g1 MS — Campo Grande
Antônio Joaquim Mota, também conhecido como “Motinha” ou “Dom”, é o atual líder do chamado “clã Mota”, uma família que atua no crime desde 1970. Conforme apurado pelo g1, ele é a terceira geração de uma organização criminosa que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.
Antônio se autodenominou Dom, segundo a Polícia Federal, em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.
O megatraficante recrutou para fazer sua segurança pessoal e das operações de tráfico de drogas, um grupo paramilitar, formado por um brasileiro, um romeno, um italiano e um grego. Todos com cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares.
Alguns deles, inclusive, já teriam participado de conflitos internacionais, lutando na Guerra da Ucrânia, no conflito da Palestina e contra os piratas da Somália.
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“Dom” em Festa do Laço em Ponta Porã de 2014. — Foto: Arquivo
A organização de Mota, segundo informações obtidas pelo g1, se especializou no tráfico de cocaína. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).
Conforme a apuração, Mota é fornecedor de cocaína para uma facção paulista. Inclusive, a suspeita é que ele tenha relações próximas com outros grandes traficantes que atuavam na região pela facção e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Caio Bernasconi, o Fantasma da Fronteira, de quem, seria amigo pessoal.
Até mesmo o local onde Motinha estava escondido já havia sido utilizado antes como abrigo para o Fantasma da Fronteira.
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Arsenal apreendido pela Policia Federal na operação Dominus, na sexta-feira (30) — Foto: PF/Divulgação
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Arsenal apreendido pela Policia Federal na operação Dominus, nesta sexta-feira (30) — Foto: Foto: PF/Divulgação
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Arsenal apreendido pela Policia Federal na operação Dominus, nesta sexta-feira (1) — Foto: Foto: PF/Divulgação
Em maio deste ano Motinha escapou de ser preso também dois dias antes de outra operação da Policia Federal, a Helix. Ele estava na fazenda Buracão, propriedade da família em Pedro Juan Caballero, na região de fronteira do Paraguai com o Brasil.
Essa operação cumpriu 10 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão contra a organização criminosa de traficante. O nome da ação fez alusão ao modo de operação do grupo, que usa helicópteros para transportar cocaína do Paraguai para o Brasil.
Depois de escapar, Motinha, conforme apurado pelo g1, teria se abrigado em outra fazenda da família, que tem áreas entre o Paraguai e o Brasil, de onde saiu de helicóptero, um dia antes da operação Dominus, na semana passada.